São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995 |
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Ensino deve manter paralisação
FERNANDO ROSSETTI
O governo manteve ontem sua proposta (veja quadro) e as entidades mantiveram a recusa a ela. O governo afirma desde o início que não dá para prometer mais, diante do quadro atual do Estado. As entidades que lideram a greve precisam, no mínimo, de uma "saída honrosa" para o movimento, que deixa entre 3 milhões e 4,5 milhões de estudantes sem aulas -dependendo da estimativa. O problema enfrentado atualmente pela educação estadual não tem solução a curto prazo. O principal "nó" da questão está na redistribuição de responsabilidades de ensino entre municípios e Estado. Em São Paulo, o governo estadual é responsável por 80% do ensino de 1º grau -e os municípios por 9% (11% é particular). Excluída a capital, o Estado de São Paulo arca com 89% desse nível de ensino. Em outros Estados, como o Rio, essa proporção chega a ser invertida. O governo do PSDB propôs em seu programa redistribuir essas responsabilidades. E é claro quanto aos prazos: de 2 a 4 anos. A discussão apenas começou e encontra resistências tanto do lado dos municípios -que vêem o risco de receber um "abacaxi", sem verbas suplementares- como do lado dos profissionais da educação -que temem que, com a categoria esfacelada por municípios, sua já frágil organização desmonte. No último dia 30, a secretária da Educação, Rose Neubauer, se reuniu com a Undime-SP (União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo). "Parece que o conjunto dos secretários municipais de Educação aceitam até receber a rede física. Mas pagar o pessoal é outra coisa", diz o presidente da Undime-SP, Oswaldo José Fernandes. No próximo dia 5, a entidade faz nova reunião, com o tema "municipalização do ensino". "O assunto é velho mas ninguém, ainda, tocou isso com muita seriedade", afirma Fernandes. Texto Anterior: Saúde negocia mas deve parar Próximo Texto: Governo diz não ter mais a oferecer Índice |
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