São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995 |
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Desconforto faz a diferença
MARCELO REZENDE
Possui, claro, alguns dos maneirismos desse tipo de filme. Os personagens moldados de tal forma que não superam o maniqueísmo. O sangue e a morte como dado fundamental, associado ao fato fantástico, extraordinário. Mas a diferença reside no olhar de seu diretor. Seu terror é construído a partir de um deslocamento de seu herói. Em um mundo criado por ele, o que há é o desconforto de ser diferente. Diferença que nesse filme se traduz na história de um homem, que após acordar de um coma, descobre que possui a habilidade de prever o futuro. O que o transforma, aos olhos de todos ao redor, em tipo de monstro. Alguém que é empurrado para o isolamento, porque está condenado a viver não mais para si mesmo, mas sim para assistir o próprio destino da humanidade. Não é com certeza o mais brilhante filme de Cronenberg. Talvez contido demais em relação a si mesmo. Mas é inegável sua eficiência. Texto Anterior: Bomba! Cheque pré em casa de massagem! Próximo Texto: Abismos impedem integração de 'marginais' Índice |
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