São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Republicanos reduzem impostos

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O Partido Republicano, de oposição ao presidente dos EUA, Bill Clinton, comemorou ontem o cumprimento do que chamou de "Contrato com a América".
Na campanha para as eleições parlamentares do ano passado, nas quais conquistaram a maioria da Câmara pela primeira vez em 40 anos, os republicanos prometeram votar 10 leis importantes em 100 dias.
Na noite de anteontem, 92 dias depois de empossados, nove das dez leis prometidas haviam sido aprovadas pela Câmara.
A última e mais importante das propostas foi a que prevê cortes de impostos no valor de US$ 189 bilhões.
Como outros, este projeto de lei ainda precisa passar pelo Senado (onde os republicanos também têm maioria) e enfrentar a possibilidade de veto do presidente.
Vetos presidenciais só pode ser derrubados por dois terços do Congresso.
A maioria dos senadores republicanos é mais moderada que seus colegas na Câmara.
Por isso, supõe-se que vário projetos nem cheguem a Clinton, como já ocorreu com o que exigia a apresentação de orçamentos federais sem déficit até 2.002.
Uma lei originada no "Contrato com a América", no entanto, já foi sancionada pelo presidente: a que proíbe o governo federal de impor obrigações aos Estados sem lhes fornecer os recursos necessários para executá-los.
Clinton também vai assinar outro projeto aprovado este ano pela Câmara e pelo Senado: o que dá ao presidente o poder de vetar artigos ou parágrafos de projetos de lei que lhe cheguem às mãos.
Só um dos dez pontos do "Contrato" não foi endossado pela Câmara: o que impunha limites ao número de reeleições de deputados.
O Partido Republicano iniciou ontem campanha publicitária de rádio e TV para trombetear o cumprimento das promessas de campanha.
O presidente da Câmara, o republicano Newt Gingrich, solicitou às redes de TV 30 minutos em horário nobre hoje falar ao país sobre seu sucesso.
Só duas redes (CBS e CNN) aceitaram seu pedido (nos EUA, as emissoras de TV têm liberdade para recusar tempo até para o presidente).
Eficácia
Gingrich está sendo considerado por analistas políticos como o mais eficiente congressista desde Lyndon Johnson (deputado de 1937 e 1949, senador de 1949 a 1961, vice-presidente de 1961 a 1963 e presidente de 1963 a 1969).
Mas pesquisas de opinião pública mostram altos índices de rejeição a Gingrich, considerado muito conservador pela maioria dos entrevistados.

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