São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995 |
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Governistas esperam anular a derrubada do veto
DANIEL BRAMATTI
A comissão dará um parecer sobre a validade de quatro votos de senadores, supostamente rasurados, que foram computados em favor dos ruralistas. "Será uma guerra, mas lá nós vamos vencer", disse o líder do governo no Senado, Élcio Álvares (PFL-ES). Com a eventual anulação, cairá para 39 o número de votos de senadores a favor da derrubada do veto -o número mínimo exigido é de 41. Os deputados que fiscalizaram a apuração constataram rasuras em quatro cédulas, mas decidiram validá-las por considerar que era clara a intenção do votante. "Inadvertidamente, três senadores marcaram o voto sim e, quando perceberam o erro, marcaram o não, pela rejeição ao veto", disse o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), um dos fiscais. O líder do governo no Congresso, Germano Rigotto (PMDB-RS), presente à apuração, alegou que eram votos duplos e, portanto, deveriam ser anulados. A argumentação não convenceu os demais fiscais -em sua maioria ligados aos ruralistas- e Rigotto decidiu recorrer à CCJ. O quarto voto contestado pelo líder do governo foi rasurado com a inscrição "pelo fim da TR na agricultura". Para Rigotto, a frase manuscrita identifica o autor do voto, o que é proibido, segundo instruções expostas na própria cédula. Os ruralistas demonstram otimismo em relação ao julgamento do recurso, mas, em conversas reservadas, admitem temer uma "decisão política" em favor do governo. A CCJ terá um prazo de 20 dias para votar o parecer sobre os votos nulos. Depois, o parecer será votado no plenário do Senado. O recurso dos governistas não tem efeito suspensivo até sua votação. A derrubada do veto presidencial passará a valer assim que for publicada no Diário do Congresso Nacional. Texto Anterior: Bacha diz que não fez acordo Próximo Texto: Mudança é desastrosa para o governo Índice |
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