São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995 |
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Consumidor paga, diz o 'rei do arroz' Para Érico Ribeiro, Congresso agiu bem BRUNO BLECHER
O "rei do arroz" comanda o grupo Extremo Sul, conglomerado formado 22 empresas e que conta com fazendas no sul do Rio Grande do Sul, Centro-Oeste e no Uruguai. Para Ribeiro, o Congresso apenas colocou as coisas no seu devido lugar ao derrubar o veto do ex-presidente Itamar. Folha - O senhor apóia a atitude do Congresso? Érico Ribeiro - O governo queria que os preços mínimos ficassem congelados enquanto os custos financeiros, atrelados à TR, continuavam subindo. Como os agricultores podem conviver com juros de quase 5% se os preços do seu produto estão parados? O Congresso apenas colocou as coisas no seu devido lugar. Folha - Mas o resultado disto pode ser um rombo no Tesouro Nacional. Ribeiro - A alternativa é o governo corrigir os preços mínimos. Folha - Alguém vai ter de pagar esta conta. Ribeiro - É o consumidor quem vai ter de pagar a conta. Afinal, com o crescimento da produtividade agrícola, o consumidor está comprando alimentos cada vez mais baratos. Folha - O senhor tomou empréstimo no banco para o plantio desta safra? Ribeiro - Não. Folha - O senhor tem alguma dívida referente ao crédito rural? Ribeiro - Deixa eu ver... Tenho sim, de um financiamento feito em 1993. Folha - Então, o senhor vai ser favorecido com esta medida do congresso caso ela seja retroativa. Ribeiro - Beneficiado, não. O que eu não vou ser é prejudicado. Não ganho nada com isto. O governo quer que o agricultor produza alimentos baratos, sem ter lucro nenhum. O homem do campo hoje é um pária (homem excluído da sociedade). Texto Anterior: Tucano vê ação de 'malandros' Próximo Texto: Projeto reduz poder da Justiça eleitoral Índice |
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