São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Benefício maior que mínimo vai poder ter aumento real

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os aposentados que recebem benefícios com valores acima de um salário mínimo podem ter um aumento real (acima da inflação) ainda neste ano.
A medida está sendo discutida entre o ministro da Previdência Social, Reinhold Stephanes, e os líderes dos partidos na Câmara dos Deputados.
Stephanes disse ontem que estão sendo feitos estudos sobre o assunto, mas não sabe se haverá uma decisão na próxima segunda-feira, quando volta a se reunir com os parlamentares.
Segundo ele, é intenção do governo encontrar alguma forma de recompor tais benefícios, pagos hoje a 3,6 milhões de segurados.
Segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com benefícios acima de um salário mínimo não terão o reajuste real que será dado ao salário mínimo em maio para chegar aos R$ 100. Ele será concedido somente aos 11,2 milhões de segurados que recebem o piso (um salário mínimo).
Se o IPC-r acumulado de julho de 1994 a abril de 1995 ficar em 30%, o salário mínimo subirá de R$ 70 para R$ 91 e terá um aumento real de R$ 9 (9,89%) para chegar a R$ 100.
Este aumento real não será repassado aos segurados que ganham mais de um salário mínimo.
O reajuste ou a disposição do governo de concedê-lo deve ser incluída no projeto de lei em elaboração nas Comissões do Trabalho e da Seguridade Social da Câmara.
O projeto original enviado pelo governo aumenta o mínimo para R$ 100 em maio e muda a legislação previdenciária.
As mudanças são consideradas fundamentais para garantir o aumento do salário mínimo. Mesmo assim, o governo também está negociando mudanças no texto do seu projeto.

Insalubres
Os critérios para definição das atividades insalubres serão fixados por projeto de lei e não só pelo Ministério do Trabalho, como sugeriu o governo.
Se houver entendimento na reunião de segunda-feira, os líderes partidários vão pedir que o projeto tenha prioridade absoluta na pauta de votação, através do regime de urgência-urgentíssima.
Para Stephanes, a votação deve acontecer no dia 18 ou 19 de abril.
Outra mudança é reduzir de oito anos e meio para sete anos e meio o prazo mínimo de contribuição exigido para que o trabalhador possa pedir sua aposentadoria.
O prazo atual é de seis anos e meio e o projeto enviado pelo governo aumenta para oito anos e meio, a partir de janeiro de 1996.

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