São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Stephanes quer mudança já

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Reinhold Stephanes (Previdência Social), rejeitou ontem a proposta em discussão no Congresso para que as mudanças na Previdência valham apenas para quem começar a trabalhar depois de sua aprovação.
"O sistema não resiste até lá porque as mudanças são para preservá-lo no futuro", afirmou ele.
A proposta foi feita pelo deputado Almino Afonso (PSDB-SP). Para o ministro, alguns deputados estão discutindo o assunto sem ter lido as emendas.
Stephanes reafirmou que o governo não pretende retirar nenhum ponto da emenda constitucional com a proposta de mudança do sistema previdenciário. "As dificuldades já eram esperadas. Há uma proposta em cima da mesa para discutir e ela não está fechada", afirmou ontem em entrevista.
Preocupado com os rumos do debate sobre a reforma da Previdência, o presidente Fernando Henrique Cardoso deve fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão para explicar a proposta. Stephanes disse falta apenas acertar a data do pronunciamento.
Ao falar das dificuldades no Congresso, Stephanes afirmou que muitas pessoas, parlamentares inclusive, criticam a proposta sem terem lido a emenda.
Os aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não são o maior problema da Previdência, disse. Segundo ele, 80% se aposentam por idade e 20% por tempo de serviço. A proposta do governo acaba com a aposentadoria por tempo de serviço.
Os maiores problemas, afirmou o ministro, estão nos regimes paralelos: municípios, Estados e União. O governo federal, por exemplo, calcula gastar este ano R$ 15 bilhões com aposentadorias e pensões do Executivo, Legislativo e do Judiciário.
Stephanes disse que as reformas propostas pelo governo não precisam ser implantadas de uma única vez. "É natural que haja resistência", afirmou.
A proposta do governo seria apenas o começo do debate. Segundo ele, a discussão "pode até durar seis meses".

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