São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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"Eles não têm projeto"

DOS ENVIADOS ESPECIAIS E DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse após os confrontos que não viu nenhuma manifestação contrária a ele: "Eu não vi nada disso. Vi apenas manifestação de carinho, como aqui na Casa de Passagem".
Logo depois, provocado por uma pergunta da Folha, o presidente mudou o discurso. "Essas manifestações são de um pequeno grupo de gente que não tem projetos para o Brasil, que está no desespero".
Ele disse ainda que se sentia bem em contato com a população. Antes de entrar na Casa de Passagem, às 12h07, FHC foi conversar com manifestantes pró-governo.
Dizia "muito obrigado" e, quando perguntado por uma repórter se não tinha medo de reações negativas, respondeu: "Eu tenho é 83% de aprovação popular, minha filha".
Depois, num pequeno discurso, disse que sabe que a população quer mudanças. "O povo quer mudar, quer melhorar. Nós temos que ajudar o povo a mudar." Aproveitou para fazer nova crítica aos manifestantes.
"O Brasil vai para a frente é assim: com parceria. Não é com gritaria, mas com trabalho, com emoção e com muita fé", disse Fernando Henrique.
Ao chegar a Caruaru (PE), para onde foi após deixar Recife, FHC disse em tumultuada entrevista: "Essas manifestações é (sic) coisa de um grupinho organizado. O povo pede autógrafo e dá abraço".
Em Nova Jerusalém, FHC voltou a falar sobre o protesto: "Não houve incidente nenhum, é um acontecimento menor. É um assunto de má-educação e polícia", disse às 21h10, em Caruaru, após o espetáculo.

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