São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995 |
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Governo lança programa para reduzir a mortalidade infantil
ALEXANDRE SECCO
O projeto visa atingir 10% das cidades brasileiras. Ao anunciar o programa, o ministro da Saúde, Adib Jatene, não tinha duas informações: de onde e como vai sair o dinheiro para executar o plano e qual a relação das cidades que serão beneficiadas. Para atingir sua meta, o governo avalia que precisa investir R$ 2 bilhões ao ano. Segundo Jatene, o governo já tem assegurados R$ 850 milhões para o primeiro ano. O governo tentará emprestar o restante do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e da CEF (Caixa Econômica Federal). Os empréstimos ainda estão sendo estudados. O governo tentará ainda convencer os empresários a investir em um fundo destinado a programas de saneamento básico. Para efeito de comparação, esse dinheiro (R$ 2 bilhões) basta para manter por três meses todo o sistema público de saúde do governo federal -incluindo internações e ambulatórios. O fato é que nem as internações e atendimentos ambulatoriais o governo vem conseguindo pagar em dia. Por falta de dinheiro, houve atraso nos pagamentos de janeiro, fevereiro e março. As 550 cidades foram escolhidas com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do "Mapa da Fome" do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Embora a definição da lista tenha seguido critérios objetivos, o governo teme problemas políticos. Já houve pressão de deputados para que suas cidades e bases eleitorais sejam contempladas. As 550 cidades escolhidas têm índices de até 180 crianças mortas antes do primeiro ano de vida, para cada 1.000 nascidas vivas. Texto Anterior: COMO O GOVERNO QUER REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL Próximo Texto: Garoto picha muro, é despido e surrado Índice |
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