São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Amanhã é dia de clássico em Brasília

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, a hiperconcorrência chegou ao Paulistão.
Estamos diante de um dos campeonatos mais competitivos dos últimos tempos e, se tudo continuar assim, teremos um octogonal decisivo de pegar fogo.

Para se ter uma idéia, há uma alternância danada nas primeiras posições. A cada rodada, sobe um time para a pole, para depois cair na rodada imediatamente posterior. Parece até a Indy.

Antes da rodada de hoje, por exemplo, apenas três pontos separam os cinco primeiros times.
Este número torna-se ainda mais relevante quando se considera que uma vitória vale três pontos (o que, em tese, deveria mais distanciar do que aproximar os times na tabela de classificação).
E, entre os oito primeiro, apenas seis pontos (isto é, duas vitórias), estabelecem a fronteiras no ranking.
A disputa é mesmo intensa.

Outro indicador que mostra o nível de competitividade do torneio é que, até agora, só o São Paulo conseguiu ganhar mais de 50% dos jogos que disputou.
Só para se fazer uma comparação extremada, o Ajax, que está invicto no Campeonato Holandês, ganhou 20 das 27 partidas que disputou até agora.
E o segundo colocado, o Roda JC, venceu 18 dos 28 jogos disputados. Ou seja, está mais difícil, para os líderes, ganharem jogos no Brasil.

(Note-se que, até agora, Santos e Portuguesa foram os times mais constantes na liderança do torneio. Se fosse na Indy, ganhariam ponto extra pelo maior número de voltas na liderança.
Aliás, eis aí uma boa idéia para o fut.)

Uma rodada que sentirá falta das suas estrelas: Viola, Marcelinho e o Don Giovanni, amanhã na Vila famosa.

Amanhã tem clássico em Brasília. Pelo que se viu até agora, o time do Legislativo está ganhando de goleada do time do Executivo.
Que, ainda por cima, não contará com um pequeno reforço chamado Pelé.

Foi um prazer ver o fino futebol do Orteguinha na vitória do River Plate (que amanhã joga contra o San Lorenzo) sobre o Independiente, pelo Argentino.

Mais uma do capítulo música-bola: a magnética, no Palace, saudou o trio Jaquinho-Caetano-Sakamoto com o grito adotado pela torcida brasileira desde o Romário na Copa dos EUA.
E só uma pessoa, que não figura entre os tantos entendidos em futebol que converso, me diz que este grito vem das torcidas de futebol inglesas, e sabia exatamente quais as palavras usadas.
Esta pessoa é Caetano Veloso.
U-tererê.

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