São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Sendero Luminoso tenta tumultuar eleição

LUCAS FIGUEIREDO
DO ENVIADO ESPECIAL

Supostos terroristas do Sendero Luminoso assassinaram ontem três peruanos e saquearam povoados na região rural do Departamento (Estado) de Huánaco, na selva amazônica.
Sedes do partido Cambio 90, do presidente Alberto Fujimori, candidato à reeleição, também sofreram atentados com explosivos no Departamento de Lima, que abriga a capital. O Sendero havia prometido obstruir a eleição de amanhã.
Os assassinatos aconteceram nos povoados de Crismesa e Cajatambo. Foram mortos dois "ronderos" (civis que fazem a vigilância na zona rural) e o proprietário de um veículo que se negou a dar transporte aos terroristas.
O grupo também fez ameaças aos moradores dos povoados para que eles não votem e depois saquearam casas comerciais.
Supostos terroristas liderados por Oscar Ramírez Durand, o "camarada Feliciano", lançaram explosivos na madrugada de ontem contra sedes do Cambio 90 nos distritos de San Luis e San Juan de Lurigancho, no Departamento de Lima. Não houve vítimas.
O "camarada Feliciano" ocupa a liderança do Sendero no lugar de Abimael Guzmán, que cumpre pena perpétua na prisão em Lima desde que foi preso, em 1992.
Terroristas do Sendero Luminoso liderados por uma mulher assassinaram anteontem o chefe da Polícia Nacional em Huamachuco, na cordilheira dos Andes (região central do país), José Figueroa Cacho, 48.
O militar viajava para uma província perto de Huamachuco, onde iria coordenar a segurança das eleições, quando o ônibus no qual estava foi detido por cerca de 20 terroristas, que exigiam documentos a todos os passageiros.
Após ser identificado, Cacho foi levado pelos pelo grupo. Horas depois, o corpo do militar foi encontrado pelo Exército.
Houve outras ações terroristas no norte do país, na região amazônica, onde o Sendero atua vinculado a narcotraficantes.
Terroristas de Tango Maria, também na região amazônica, ameaçam matar todos os moradores que saírem de casa amanhã.
Até ontem à noite não havia ocorrido nenhum ataque na capital. O governo reforçou a segurança contra possíveis atentados.
Um forte esquema de segurança foi armado diante de prédios públicos, hotéis que hospedam correspondentes estrangeiros e residências de autoridades. Soldados com fuzis e armamento pesado rondam as ruas de Lima.
(LF)

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