São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Aberta a temporada de caça aos trainees

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Grandes empresas de todo o Brasil, principalmente consultorias, redes de fast food e representantes do setor financeiro, começam nesta época do ano a recrutar para programas de treinamento.
Profissionais de RH (recursos humanos) avaliam que entrar em uma empresa como trainee é a melhor forma de ascensão -o plano de carreira é bem-definido.
"O nosso é extremamente agressivo -gerentes da empresa começaram como trainees", diz Rosa Paulino, 40, gerente-geral de RH do McDonald's, que abre este ano de 150 a 200 vagas em todo o país (veja quadro abaixo).
A maioria das empresas contrata estudantes que nunca trabalharam com o objetivo de desenvolvê-los. Para o gerente de RH do fast food KFC, Orlando Lopes Jr., 39, é "uma forma de entrar em uma grande empresa, em cargo gerencial, sem a mínima experiência."
Já no recrutamento, os candidatos tomam conhecimento das estratégias de mercado e quais as possibilidades de ascensão (saiba a diferença entre estagiário e trainee em reportagem nesta página).
Além de examinar currículos, muitas empresas procuram nas escolas mais conceituadas o trainee ideal. "Busco em faculdades de primeira linha", diz Fatima Meneghetti, 36, supervisora da Catho, que faz esse trabalho de "headhunter" (procura de talentos).
Em geral, o recrutamento é feito no começo e no meio do ano. Dependendo da empresa e do cargo, o salário, segundo a Folha apurou, varia de R$ 400 a R$ 2.000.
O treinamento é uma prova de fogo. Os trainees são avaliados durante todo o programa -que varia de 11 a 14 meses. "Se não conseguir uma posição gerencial, a gente dispensa", diz Lopes, do KFC.
"A pressão ajuda no aprimoramento", afirma Daniel Vieira, 22, que foi recrutado na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), onde a KPMG afixou anúncios.
Outro ponto positivo é entrar já efetivado na empresa, diz Raphael Oliveira, 21, há um ano na KPMG e recentemente promovido para o cargo de assistente de auditoria. Ele está no quarto ano de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Para Gisela Poso, 24, formada em administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), o mais importante é o trainee ter um plano de carreira definido. "Somos uma peça importante, como qualquer outro profissional da equipe."

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