São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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"Agora somos mais livres"

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz de Oliveira Rodrigues, 42, é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda (RJ), que foi um dos primeiros a se filiar à CUT e o mais importante dos que deixaram a central.
O sindicato era favorável à privatização da Companhia Siderúrgica Nacional (ocorrida em abril de 1993). A CUT defendia que a empresa fosse mantida na esfera do Estado.

Folha - O que o sindicato perdeu muito por deixar a CUT?
Luiz de Oliveira Rodrigues - O sindicato saiu ganhando. A CUT dava formação de quadros e mandava militantes mais especializados em ocasiões de greve.
Saindo da central, nós precisamos fazer um esforço maior na formação de nossos quadros, mas ganhamos porque somos agora mais livres para atuarmos dentro de nossa realidade.
Folha - Exemplifique o que é ser "mais livre"?
Rodrigues - A CUT centraliza muito. Nós às vezes não tínhamos condição nenhuma de fazer uma greve geral. Mas como era essa a palavra de ordem, a gente procurava fazê-la. Era um policiamento.
Folha - Como a CUT se sintonizava com o PT?
Rodrigues - O sindicato ficava atrelado à lógica política do centralismo. Também nos prejudicava porque as portas do sindicato só se abriam para o PT e o PDT.
Hoje elas estão abertas para filiados e simpatizantes de qualquer partido.
Havia também muitas atividades fora de Volta Redonda. Isso significava despesas de viagem e apoio material a iniciativas que não eram necessariamente nossas.
Folha - Ao deixar a CUT, o sindicato perdeu filiados?
Rodrigues - Não. Até ganhou. Tínhamos 22 mil e hoje estamos com 1.500 a mais.
(JBN)

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