São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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Real jogou 300 mil veículos a mais nas ruas

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento dos índices de poluição atmosférica em São Paulo tem relação com o Plano Real.
A relativa estabilidade da economia e o congelamento do preço da gasolina despejou nas ruas da cidade 300 mil veículos a mais.
Parte desta frota é composta por carros novos que contam com dispositivos para controlar a emissão de poluentes. Pelos menos 1.000 carros novos entram por dia na cidade de São Paulo.
A outra parte da "nova" frota saiu das garagens. São automóveis velhos e sem nenhum tipo de controle em relação à emissão.
Ônibus "sabotadores"
Os 10.428 ônibus que circulam diariamente em São Paulo são apontados pelos técnicos como os "sabotadores" da qualidade do ar, porque o diesel é mais poluente do que a gasolina.
Uma alternativa seria a utilização do gás -menos poluente que o diesel- como combustível da frota de ônibus.
Para Francisco Christovam, presidente da São Paulo Transporte S/A (a empresa municipal que substituiu a CMTC), não é viável a curto prazo adotar o gás como "matriz energética" (combustível) dos ônibus.
Segundo ele, a rede de distribuição do gás ainda não é extensa o suficiente para que a utilização do combustível pelas empresas de ônibus se torne interessante do ponto de vista econômico.
Moradores ao longo dos grandes corredores de trânsito são os que mais sofrem com a poluição. Só na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (zona oeste), passam 488 ônibus por hora no pico da manhã.
Os caminhões são os outros vilões da poluição. Eles deixam as marginais irrespiráveis. Na avenida Salim Farah Maluf, na zona leste, passam 742 caminhões entre 8h15 e 9h15. Em dez grandes corredores da cidade, são 3.000 caminhões por hora no pico da manhã.

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