São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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Economia do Rio volta a crescer

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Depois de passar quase uma década de inferno astral, com sua imagem ligada quase que exclusivamente à violência, o Rio começa a viver um momento de crescimento econômico em que surgem oportunidades de novos negócios.
Há menos de um ano o Rio era exclusivamente sinônimo de guerra do tráfico, cidade, campeã de sequestros, local preferido de chacinas de menores de rua ou trabalhadores pobres.
Com a Operação Rio -atuação das Forças Armadas contra o tráfico nas favelas- e a eleição de um governador afinado com o novo presidente, o Estado passou a viver um momento de otimismo.
Os índices de criminalidade ainda não recuaram, mas os negócios já começam a voltar.
Em 1994, com um crescimento de 14,96% em sua participação no PIB (Produto Interno Bruto), chegou a um empate técnico com Minas no segundo lugar, com 12,52% de todas os bens e serviços produzidos no país. Minas tem 12,53%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Só de investimentos já decididos ou em implantação na área da indústria, o Rio está recebendo recursos de US$ 1,77 bilhão, segundo dados da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).
A Firjan avalia que, em todos os setores da economia, os investimentos no Rio em 1995 serão de US$ 5,6 bilhões.
Um dos pontos positivos para atrair investimentos de maior porte para o Rio é a abundância de terrenos dotados de infra-estrutura e próximos às vias de escoamento de mercadorias (ferrovia, rodovia e porto).
Hoje, o porto do Rio é a principal saída para as exportações, mas, futuramente, deve ser utilizado o porto de Sepetiba (zona oeste), projeto considerado estratégico pelo governo do Estado.
Outro item favorável é a mão-de-obra qualificada. A Firjan informa que, no Rio, 34,5% da população economicamente ativa tem nove ou mais anos de estudo, contra 30% em São Paulo. Mas em alguns setores da indústria que exigem especialização do trabalhador, o Rio tem carência de quadros.
Como pontos negativos no Rio de Janeiro, segundo a Firjan, ainda a segurança (67,8% dos entrevistados) e telefonia (41,8%). A médio prazo, a energia também pode ser um gargalo para a produção no Estado.
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sobre negócios no Rio à pág. 2-7

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