São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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Willis afirma-se no irrealismo

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Parece ser o destino de Bruce Willis: para que as coisas andem direito com ele é preciso que ele se veja sozinho contra o mundo. Não basta ser um jornalista cínico (como em "A Fogueira das Vaidades"), não vale fazer uma espécie de paródia ("Hudson Hawk").
É preciso fazer como em "Duro de Matar 2" (Globo, 22h20). Aqui, John McClane já se reconciliou com a mulher (Bonnie Bedelia) e espera-a no aeroporto de Washington. O plano é passarem o Natal juntos.
Mas um grupo de bandidos tem outros planos. Esperam a chegada no local de um ditador extraditado para os EUA (meio à maneira de Manuel Noriega) e pretendem libertá-lo.
Para resumir, McClane terá de enfrentá-los de peito aberto. Enquanto isso, o filme reserva para o espectador aquilo que promete: violência inacreditável, ação, aventura. É um desses casos em que o filme se torna mais estimado tanto menos se acredita no que está acontecendo ali.
Nesse sentido, é como o recente "True Lies", de James Cameron, com Arnold Scharzenegger (embora este último seja mais talentoso). O espetáculo é, antes de qualquer outra coisa, o espetáculo.
"Duro de Matar 2" pode não ser o melhor filme do mundo. É o melhor do dia. Ele oferece a oportunidade de verificar o estranho destino de Bruce Willis. Parece que para fazer sucesso é necessário senti-lo irreal. Não por acaso, seu papel em "Tempo de Violência" (Pulp Fiction), de Quentin Tarantino, é um dos mais lembrados do filme: o irrealismo parece ser uma virtude intrinsecamente associada à imagem de Willis.(IA)

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