São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
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A árvore e a floresta; Agradar a todos; Outra versão; Cinema; Vida dura; Partido do presidente; Voz da experiência; Marcação cerrada; Topo da agenda; Falta um afago

A árvore e a floresta
Com tantos tropeços nos cem primeiros dias de FHC no Planalto, ministros de peso começam a se preocupar com a falta de autocrítica do governo. Os problemas são encarados isoladamente e falta visão de conjunto, reclamam.

Agradar a todos
Entre seus críticos no próprio ministério, FHC é visto como um presidente que não arbitra perdas. Em uma polêmica, ouve todos os envolvidos e sempre busca o consenso. Resultado: as decisões demoram e saem pela metade.

Outra versão
Avaliação no Planalto sobre os cem primeiros dias de governo: "Muita coisa foi iniciada, mas, para aparecer, precisa de maturação". O grupo mais próximo a FHC diz que a inflação baixa continua a ser seu principal trunfo.

Cinema
De um dirigente do PFL, ao defender maior ação política do Planalto: "FHC esqueceu que o resultado da eleição é uma fotografia do momento, mas o governo é um videoteipe, tem movimento".

Vida dura
Até quando tenta agradar o Congresso o governo provoca reclamações. O dia da semana reservado para encontros de parlamentares e ministros é cheio de longas reuniões internas. Os deputados têm se queixado da espera.

Partido do presidente
É crescente na bancada do PSDB a avaliação de que a direção do partido não tem uma estratégia para ajudar o governo na defesa das reformas. Os tucanos acham que a cúpula deveria coordenar um movimento urgente.

Voz da experiência
Dizendo que a situação é de "ingovernabilidade", Collor acha que FHC precisa de um "choque de comunicação". "Sem explicar melhor as reformas ele não vai mudar nada", ensina o ex-presidente, derrubado pelo Congresso.

Marcação cerrada
Após os déficits comerciais, FHC festeja quando aparece algum número bom. Semana passada, quem passava no seu gabinete ouvia que o país registrara saldos positivos na terça e na quarta.

Topo da agenda
Aliados de FHC acham que ele precisa dar prioridade à busca da saída para o impasse previdenciário. "Afinal, não são o monopólio do petróleo nem a navegação de cabotagem que mobilizam os protestos de rua", diz um tucano.

Falta um afago
Com o cachimbo na boca, após explicar como anda o Brasil a investidores estrangeiros, Malan não relaxa e costuma indagar laconicamente: "Any questions? (Perguntas?)". Muitos saem em silêncio, sem saber se voltam.

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