São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Educação faz nova reunião mas greve continua

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O impasse na greve da rede estadual de ensino de São Paulo se manteve ontem após mais uma reunião entre governo e sindicatos.
A secretária da Educação, Rose Neubauer, apresentou com mais detalhes a proposta que formulou na última sexta-feira, pouco antes do início da assembléia que prorrogou a greve até o dia 18.
O governo continua prometendo gastar, este ano, mais R$ 266 milhões com a folha de pagamentos da Secretaria de Educação -que tem consumido em torno de R$ 110 milhões ao mês.
Com cerca de R$ 24 milhões a mais este mês, daria para dar um aumento para todos os professores, diretores e supervisores de 15,75% (três referências).
Quem, com isso, ficasse abaixo de R$ 180 por mês (com 20 horas semanais de trabalho), teria a diferença completada com abono.
"Trocaram seis por meia dúzia", avaliou o presidente da Apeoesp (sindicato de professores), Roberto Felício.
Para ele, o problema é que a secretaria está simplesmente propondo diferentes formas de dar um reajuste, mas sempre com a mesma quantia (os R$ 266 milhões).
Se o governo cumprisse a atual reivindicação dos grevistas, teria de gastar cerca de R$ 500 milhões a mais -quase o dobro do que propõe.
Sem perspectivas de superar o impasse, as entidades buscam hoje, novamente, apoio da Assembléia Legislativa do Estado para mediar a negociação.
O presidente da Udemo (sindicato dos diretores), Roberto Torres Leme, afirmou ontem que a decisão de sua categoria de sair da greve não significa que eles aceitaram a proposta do governo.
"Só decidimos nos retirar do movimento porque a nossa adesão estava muito baixa", disse Leme.
Para ele, "a proposta (do governo) é insuficiente".
A Udemo se reuniu ontem com a secretária da Educação, também para ser informada dos detalhes da proposta governamental, em separado das entidades em greve.

Texto Anterior: Paralisação afeta apenas atendimento ambulatorial
Próximo Texto: Movimento pára poucos hospitais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.