São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
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Para ONU, escola sem computador é incompleta

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Uma escola que não tem computador não é uma escola completa." A afirmação foi feita ontem, em São Paulo, pelo diretor do Grupo de Tecnologia Global da Organização da Nações Unidas, Joseph Ben-Dak, 52.
Sua intenção não é criar polêmica, mas mostrar -com o lastro de quem administra um programa na China envolvendo 32 milhões de pessoas- que o papel da educação e dos educadores está mudando com as novas tecnologias.
Quando Ben-Dak diz que toda escola, hoje, tem que ter computador, não está pensando em softwares (programas) educacionais -aqueles exercícios em disquetes já disponíveis no mercado.
"A escola hoje é o elo com a comunidade internacional e com o conhecimento", diz o pesquisador israelense baseado em Nova York. E esse elo é conseguido através das redes de computadores.
Ou seja, a instituição de ensino que hoje não está ligada à Internet -a maior rede mundial de computadores- não estaria cumprindo de forma adequada o seu papel.
É para discutir essa nova concepção de educação e trocar experiências na área que foi aberto ontem o Fórum Latino-Americano de Uso de Redes Eletrônicas na Educação e na Cultura, no Parlamento Latino-Americano, em São Paulo.
Por trás do evento, está a Escola do Futuro da USP, um núcleo de pesquisas em aplicação de tecnologia em educação, que começou há 5 anos em uma pequena sala na Escola de Comunicações e Artes (ECA) e hoje reúne cerca de 100 pesquisadores, ocupando espaços cada vez maiores da universidade.
"Nos últimos anos conseguimos fazer trabalhos que interligaram escolas do Brasil com Israel, Europa e Estados Unidos", diz o diretor e criador da Escola do Futuro, Fredric Litto, um norte-americano radicado no país.
"Aí pensamos que é maluco que nós não estejamos trabalhando com nossos companheiros da América Latina", acrescenta. Daí o Fórum Latino-Americano.
México, Cuba, Uruguai, Chile, Argentina, são países que também têm experiências educacionais com suas próprias redes -além das semelhanças culturais com o Brasil- mas que não se uniram através dessas redes.
"Queremos descobrir o que eles estão fazendo e o que nós podemos fazer no futuro", diz Litto.

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