São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
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Começa nova rodada de aumentos

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Engrossa a lista de indústrias que aumentam preços neste início do mês. A alta é de 3,5% a 5% nos eletrodomésticos e de até 12% nos alimentos.
Antes restritos aos produtos de higiene, limpeza e massas, os reajustes agora batem nos eletrodomésticos, vinagres, gelatinas, massas para bolo e até fermento.
A Electrolux, por exemplo, anunciou ontem que suas linhas de portáteis nacionais estão entre 4% e 5%, em média, mais caras.
A empresa alega que reajustou preços para compensar redução de 15% no lucro, provocada pela subida do imposto de importação de bens duráveis.
E mais: o crescimento das encomendas de eletroportáteis das lojas para o Dia das Mães dá espaço para para a subida dos preços. "Como trabalhamos com importados e nacionais, fizemos composição de reajustes entre as duas linhas para não perder dinheiro", diz Daniel Serrano, diretor.
Fontes do comércio revelaram à Folha que a Multibrás, que reúne as marcas Brastemp, Consul e Semer, aumentou 3%, em média, os preços de geladeiras, freezers, fogões e microondas. No caso da Prosdócimo, do grupo Refripar (Refrigeração Paraná), dizem os lojistas, os produtos estão até 4,5% mais caros.
A diretoria da Multibrás não quis comentar o assunto, informa sua assessoria de imprensa. A Prosdócimo nega a alta.
Marcel Vanden Bussche, diretor-presidente da Mallory (que produz eletroportáteis), diz que os custos já subiram 18%. Por essa razão, ele deve "atualizar" preços em maio, período que cresce a procura pelos portáteis que fabrica por conta do Dia das Mães.
Girsz Aronson, dono da rede de lojas G. Aronson, confirma os aumentos dos fornecedores. "A indústria está comemorando a subida do imposto de importação dos bens duráveis."
O ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega explica que, ao subir o imposto sobre os importados, o governo criou ambiente para oligopolização do mercado.
Isto é, grupo pequeno de fabricantes nacionais pode determinar preços, sem temer a concorrência dos importados.

Alimentos
A Vinagre Castelo está cobrando 12% mais pelo vinagre desde o dia 1º de abril.
Adevair Augusto Baggio, gerente, explica que os reajustes refletem aumentos de custos. "É o nosso primeiro aumento desde julho de 1994. Não dá mais para aguentar a alta dos custos."
A Otker também aumentou 8% o preço das suas linhas de produtos (gelatinas, misturas para bolo e fermentos), informa Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga, que reúne os pequenos supermercados.
Décio Principessa, gerente da Otker, nega os reajustes.

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