São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Acordo gera polêmica no PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O acordo fechado entre o governo e as lideranças políticas da Câmara para aprovar o projeto que aumenta o salário mínimo para R$ 100,00 em maio abriu uma polêmica no PT.
A maioria da bancada petista na Câmara resolveu rejeitar o aumento da contribuição previdenciária para quem ganha salários mais baixos. O aumento é um dos itens do acordo.
Relator do projeto na Comissão de Trabalho, o deputado petista Paulo Paim (RS), é um dos avalistas do acordo, mas não está disposto a confrontar a posição da bancada.
Paim tentará esgotar todas as possibilidades de negociação. Afinal, o aumento do mínimo para R$ 100,00 é uma causa que o deputado abraçou há muito tempo.
É de sua autoria o projeto aprovado pelo Congresso em janeiro, concedendo o reajuste, vetado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Se não conseguir acomodar todos os interesses, Paim apresentará seu relatório apenas sobre a parte do projeto que trata do aumento do mínimo.
O restante, que dispõe sobre o aumento de arrecadação para cobrir as novas despesas, ficará a cargo do deputado Jofran Frejat (PP-DF), relator do projeto na Comissão de Seguridade.
Desta forma, Paim não se indispõe com o governo por ter fechado o acordo como relator (ele não representava o PT nas negociações). Ao mesmo tempo, não impede a aprovação dos avanços que negociou com o governo, como a extensão do reajuste a todos os aposentados.
A rejeição do acordo foi puxada na bancada pelo líder, deputado Jaques Wagner (BA). Wagner concorda que é necessário aumentar a arrecadação, mas não aceita que "os mais pobres paguem a conta".

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