São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Poeta elogia agilidade e recursos dos computadores na arte
AUGUSTO DE CAMPOS
Por enfatizar a estrutura gráfica dos vocábulos e sua distribuição plástica na superfície do suporte (papel ou outros) a poesia concreta encontraria no computador um campo de manobra extremamente ágil e compatível. Não só variedades de fontes tipográficas, mas formas, cores, imagens e a possibilidade de combinar todos esses elementos e ainda animá-los com movimento e interagir com outras modalidades de arte. Já em 1984 eu pude realizar um primeiro trabalho de animação gráfica em um computador de alta resolução da Intergraph, empresa norte-americana que atuava em São Paulo na área de produção de desenhos arquitetônicos: o clip-poema "Pulsar", musicado por Caetano Veloso. A partir de 1992, já munido de um Macintosh pessoal, passei a compor meus poemas diretamente no computador. Entre outras inúmeras facilidades para o processamento de textos e imagens, o computador coloca ao alcance de um toque dos dedos instrumentos como "cut", "copy" e "paste", que constituem para o artista, em última análise, a projeção de um artefato básico da modernidade, a collage, assim como a justaposição ou sobreposição de imagens (facilmente introduzidas por "scanners"), que remetem ao processo da montagem cinematográfica. Além de participar de outros projetos de animação gráfica, venho aplicando recursos computadorizados em todos os meus livros mais recentes. Este é o caso de Rimbaud Livre (Ed. Perspectiva, São Paulo, 1992), volume de traduções de poemas de Rimbaud. Texto Anterior: Tudo o que você queria saber sobre a Internet Próximo Texto: Surgimento da "teia mundial" faz explodir uso da rede Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |