São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Estado quer 'cortar ponto' dos grevistas da Saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

As relações "amistosas" que vinham sendo mantidas entre grevistas da Saúde e o governo do Estado ameaçavam ontem se romper. Depois de duas horas de conversa com o secretário José da Silva Guedes, os sindicalistas se retiraram afirmando que a greve seria mantida.
Segundo o Sindsaúde -sindicato da categoria- o secretário disse à tarde que cortará o ponto dos grevistas. Significa que os dias parados serão descontados.
Os sindicalistas consideraram que o governo "está partindo para a repressão",disse Eliana Pontes de Mendonça, diretora do sindicato. "Repetem a escola feita administração Fleury",
Segundo o sindicato, os servidores marcam o ponto porque estão mantendo os serviços de emergência como determina a lei.
"O governo está querendo empurrar a greve com a barriga, contando com um desgaste dos servidores", disse Eliana.
O Sindsaúde informou que fará hoje assembléias em todos os hospitais que ainda não aderiram à greve. Segundo o sindicato, as atitudes tomadas pelo governo tendem a aumentar a paralisação.
O balanço de ontem -terceiro dia da greve- não era diferente do de dias anteriores. Segundo o Sindsaúde, cerca de 55% dos 74 mil servidores da secretaria estão parados. Para o governo, apenas 10% estão em greve.
O hospital mais afetado continua sendo o das Clínicas de São Paulo. As cerca de 5.000 consultas diárias já foram reduzidas a menos da metade. As cirurgias que não têm urgência estão sendo adiadas.
O Sindicato dos Médicos informou que fará assembléias hoje nos grandes hospitais do Estado. Até agora, o sindicato vem apenas apoiando a greve."Onde há paralisação, estamos parando também", disse Erivalder Guimarães, diretor do sindicato.

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