São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Paralisação no ensino diminui, diz governo

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve no ensino de São Paulo está perdendo adesão, segundo o governo. Atinge em torno de 30% da rede -ou cerca de 2 milhões de alunos. Os professores mantêm que a média é de 70% -mais de 4 milhões de estudantes atingidos.
A solução para o impasse atual, segundo diversas pessoas envolvidas na questão, vai da "continuidade das negociações", pura e simples, à necessidade de o governo dobrar a quantia que está oferecendo a mais este mês (R$ 24 milhões, totalizando uma folha de pagamentos de R$ 134 milhões).
A Folha ouviu pessoas que acompanham a greve para colher sugestões para o fim do impasse. A seguir, trechos das entrevistas.
Ricardo Tripoli (PSDB), presidente da Assembléia Legislativa: "O diálogo deve ser a principal forma de conduta de ambas as partes. Ao Legislativo cabe manter abertos os canais de negociação e, por isso, formou-se uma comissão com deputados de todos os partidos, que acompanha, participa e trabalha ativamente para o equacionamento do impasse."
Roberto Torres Leme, presidente da Udemo (sindicato dos diretores, que não está na greve): "O governo tem que abandonar todo o esquema técnico da discussão e ter o desejo político de resolver a questão. Tem que dizer claramente que vai resolver. Se não fizer isso, não tem solução."
Elisa Toneto, mãe de aluno, do Movimento Pró-Educação: "O governo tem que dar uma perspectiva muito clara de uma política salarial para que os professores possam sair da greve, sem ser por uma esmola qualquer. As negociações também têm que ser abertas aos pais e mães de alunos."
Roberto Felício, presidente da Apeoesp (sindicato dos professores): "O governo tem que criar um mecanismo que garanta que quem trabalha há mais tempo ganhe mais. Se o governo propusesse, ao invés desses R$ 24 milhões a mais, uns R$ 50 milhões, dava para chegar nisso."
Cesar Callegari, deputado estadual (PMDB): "O governo deveria estar oferecendo um pouco mais -em torno de R$ 10 milhões por mês- para a descompactação dos níveis iniciais da carreira. Também deve apresentar um projeto de prazo mais longo para solução permanente do problema.

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