São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Banco Central quer melhorar sua imagem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Administração do BC (Banco Central), Carlos Eduardo Tavares de Andrade, anunciou ontem que está previsto para julho o início da campanha publicitária -orçada em R$ 14 milhões- para melhorar a imagem do banco e inibir o uso de cheques pré-datados.
Segundo Tavares de Andrade, o objetivo da campanha é mostrar para a sociedade o que é o BC. Para ele, o funcionamento da instituição é desconhecido da população. Para ele, falta comunicação.
"Muitos funcionários do BC estão aqui desde o período da ditadura e ainda estão acostumados a se fecharem à sociedade", disse.
A relação entre o BC e os banqueiros, que foi objeto de suspeitas levantadas pelo deputado Delfim Netto (PPR-SP), no início do mês passado, deverá ser abordada.
"A sociedade precisa entender que a diretoria do BC precisa falar diariamente com os banqueiros, para saber o que está acontecendo no mercado", disse.
Na mudança da política cambial no início de março, quando o real foi desvalorizado em relação ao dólar, Delfim Netto disse que "as mesmas pessoas de sempre" tiveram a informação antecipada, se beneficiando com a medida.
A campanha também explicará medidas impopulares, como a redução do prazo dos consórcios, que caiu de 36 meses no ano passado para seis meses, atualmente.
No caso dos cheques pré-datados, a intenção é fazer uma campanha didática. O BC vai explicar ao consumidor que, ao usar este tipo de cheque, está se arriscando a ter o valor sacado antes da data, já que a lei não proíbe o saque antes da data escrita no documento.
Tavares de Andrade disse que não espera uma queda significativa do uso do pré-datado em função da campanha, a não ser nas camadas mais pobres da população.

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