São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Grandes mestres estão em falta

MARCELO REZENDE
DA REDAÇÃO

Talvez por causa de as obras produzidas pelos grandes mestres estarem ficando cada vez mais raras, o mercado de arte está se voltando para esse material tão recente, produzido há menos de 30 anos.
Além desse impasse da escassez, as galerias e casas de leilão enfrentam também sérios obstáculos para garantir a autenticidade das peças. E aí a dificuldade vale tanto para uma gravura do século 17 quanto para um artigo como as calças de Jimi Hendrix.
Na última semana as casas de leilão Sotheby's e Christie's colocaram à venda em Londres artistas que tinham como única referência pertencer ao mesmo período de Bruegel (1631-1697) ou Luca Giordano (1634-1705).
O que estava à venda eram os chamados "seguidores" dos grandes mestres. Assim, todas as pinturas foram apresentadas como "à maneira de" ou "do círculo de" -único recurso possível para catalogar as obras, em sua maioria sem título ou maiores referências.
Isso levou a imprensa britânica a qualificar o leilão como uma imensa venda de "mestres medíocres" por preços que estavam na casa dos US$ 12 mil -valor próximo ao conseguido por um retrato autografado da cantora Madonna no mercado inglês.
Isso se deve à incapacidade de o mercado determinar a autoria de quadros pertencentes ao período dos grandes pintores das melhores escolas, que depois da Segunda Guerra tiveram suas vendas restritas a museus. E raramente a colecionadores particulares.
(MR)

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