São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Nem só de safári vive turismo pós-apartheid

KATIA CANTON
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nem só de safáris fotográficos vive o país do pós-apartheid. Sim, o Parque Nacional Krueger, ao leste do país, onde animais como girafas, zebras e rinocerontes vivem soltos, é de fato encantador.
Mas, numa época de radicais mudanças sociais e políticas, a "nova África do Sul" ganha uma bandeira nova e exibe, com orgulho, outras opções de passeios, consumo, visitas culturais e naturais capazes de atrair gregos, troianos e outros tantos estrangeiros.
O atual enfoque no turismo internacional está intimamente ligado a uma nova política cultural, que começou no país em 1993, quando o então presidente De Klerk ensaiava a quebra do regime segregacionista do apartheid.
A mudança consolidou-se, de fato, nas eleições de abril de 94, que resultou na vitória do CNA (Congresso Nacional Africano) e escolheu o líder negro Nelson Mandela para presidente.
O país ainda não está isento de tensões raciais, sobretudo em Johannesburgo. Mas um crescente afluxo no turismo estrangeiro funciona hoje como um sinal de aprovação ao fim do apartheid.
Depois de longos anos de sanções econômicas devido ao regime do apartheid, que durou de 1948 a 1991, norte-americanos e europeus deslocam-se hoje, enfim, rumo à África do Sul.
Para se ter uma idéia do aumento, até o final de 92 o país recebeu 553,5 mil turistas. No final de 93, a cifra foi para 618,5 mil.
E os motivos da popularidade do turismo sul-africano não são apenas políticos: o país é belo, a comida é ótima, o clima é ideal e o dólar rende bem (um dólar corresponde a 3,5 rands).
Além disso, tal como o Brasil, a África do Sul são vários países em um só. Lá você pode encontrar uma cidade de praia e montanha como a Cidade do Cabo.
Regiões áridas e de mineração, vastas reservas de animais e uma cidade praiana de colonização indiana, como Durban. Além de um centro administrativo limpo e moderno como é a capital, Pretória, e uma metrópole nervosa, suja e perigosa como Johannesburgo.

LEIA MAIS
Sobre a África do Sul nas págs. 6-19 e 6-20.

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