São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995 |
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Juiz condenou Nelson ao fim-de-noite
ANNETTE SCHWARTSMAN
Escrita a pedido de Walter Clark para substituir drama lhões cubanos que seduziam o público, "A Morta Sem Espelho" foi estrelada por Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Sérgio Britto, Ítalo Rossi e Paulo Gracindo. Na trama, sobejavam adultérios, mas a TV Rio fez o que pôde para que seu investimento não fosse prejudicado pela mudança de horário. Conseguiu exibir a novela às 22h. Mesmo assim, dois meses após sua estréia, a trama teve seu final determinado pelo próprio Clark. Como o nome de Nelson Rodrigues era sinônimo de problemas com a censura, no ano seguinte outra novela de sua autoria, "Sonho de Amor", foi anunciada como uma daptação de "O Tronco do Ipê", de José de Alencar. A artimanha deu certo e a trama, protagonizada por Fernanda Montenegro, foi ao ar sem transtornos pela TV Rio. A terceira e última telenovela de Nelson foi "O Desconhecido", também exibida pela TV Rio. Com um elenco encabeçado por Jece \valadão, Natália Thimberg e Joana Fomm, a trama girava em torno de um neurótico de guerra que fugia de um manicômio. Além das três novelas escritas por Nelson, outras obras suas foram adaptadas para a TV. A primeira foi "O Homem Proibido", folhetim assinado com o pseudônimo de Suzana Flag e publicado na "Última Hora" em 1951. Transformada em novela das seis por Teixeira Filho, chamou a atenção da censura -que atrasou sua estréia. À toa: a história não mostrava nada que pudesse chocar os telespectadores. Estrelada por David Cardoso, Elizabeth Savalla, Lídia Brondi e Leonardo Villar, foi exibida na Globo de março a agosto de 1982. A segunda obra de Nelson adaptada para a TV foi "Vestido de Noiva", que em 21 de maio de 1979 inaugurou uma nova faixa de especiais da Globo, "Aplauso". Outra transposição do universo rodriguiano para a TV foi "Meu Destino É Pecar", exibida pela Globo em junho de 1984 e protagonizada por Lucélia Santos, Tarcísio Meira e Marcos Paulo. Adaptando o folhetim -o primeiro assinado por Suzana Flag e publicado nos 'Diários Associados" em 1944- ao formato de minissérie, Euclydes Marinho preservou o clima que emanava da trama original. No final dos anos 80, dois contos de "A Vida Como Ela É" (publicados na "Última Hora", em 1951) foram compilados em um especial, também pela Globo. Mas o "affaire" de Nelson com a TV começou diante das câmeras. Em 1960, ao lado de outros fanáticos por futebol -Armando Nogueira, João Saldanha e Luís Mendes-,estreou na "Grande Resenha Facit", a primeira mesa-redonda da TV brasileira, exibida nas noites de domingo. Texto Anterior: "Mostra um seio...Basta um seio...Não custa!" Próximo Texto: Diretora prevê reação moralista do público Índice |
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