São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995
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Pena de morte opõe Congresso a eleitores

DA REPORTAGEM LOCAL

O Congresso Nacional e a população estão em lados opostos na análise da possibilidade de adoção da pena de morte no país.
Deputados (74%) e senadores (80%) são amplamente contrários à sua implantação, enquanto a maioria da população (54%) aprova esse método de punição.
É o que revela pesquisa Datafolha, realizada entre fevereiro e março deste ano.
A taxa de brasileiros contra a pena de morte (42%) aumentou quatro pontos percentuais em relação a pesquisa de 1993, mas ainda é menor do que o índice atingido em 1991, quando o tema praticamente dividia a sociedade.
A partir da análise dos números do Datafolha, pode-se construir dois personagens-símbolos da divisão entre os que são a favor da pena de morte e os que são contra.
No Congresso, o PT é o partido que mostra maior aversão à pena de morte (94% são contra).
Na contramão do PT aparece o PPR, sigla que abriga o maior número defensores da medida: 35% de seus parlamentares, segundo outra pesquisa Datafolha, feita de 21 de fevereiro a 14 de março com 472 congressistas.
Na comparação com pesquisa de setembro de 1993, aumentou a resistência à pena de morte no Congresso. Em 1993, 63% dos deputados e 79% dos senadores eram contrários à medida. Hoje, 74% dos deputados e 80% dos senadores têm essa opinião.

Aborto
Tanto a maioria do Congresso como da população continuam contra a legalização do aborto.
Mas, aumentou entre a população o número dos que desejam "flexibilizar" a legislação -que hoje só permite o aborto em caso de estupro e risco de vida da mãe-, embora a maioria da população (53%), dos deputados (45%) e dos senadores (50%) prefira a a lei nos moldes atuais.
Para 22% dos brasileiros, a lei deveria permitir a interrupção da gravidez em outras situações especiais e para 17% em qualquer caso. Há dois anos, apenas 17% desejavam uma lei mais flexível.
No Congresso, entre os parlamentares que se dizem de direita só 8% ampliariam a permissão ao aborto. O aborto deixaria de ser crime, em qualquer caso, para 39% dos congressistas que se dizem de esquerda. Entre os de direita, esse índice cai para 16%.

Homossexuais
A legalização do matrimônio entre homossexuais é reprovada por larga margem tanto no Congresso quanto na população.
Pela pesquisa, 74% dos brasileiros são contrários à legalização. No Congresso, 63% dos senadores e 67% dos deputados reprovam esse tipo de casamento.

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