São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995
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Polícia suspeita de 'queima de arquivo'

DA REPORTAGEM LOCAL

Gildo Severino de Araújo, 28, Adenilson Oliveira, 33, Cícero de Oliveira Santos, 29, e Fernando Bispo da Silva, 29, foram mortos às 21h30 de anteontem na favela Nova Cumbica, em Guarulhos (20 km de São Paulo).
Os quatro haviam acabado de deixar um bar localizado na favela quando foram cercados e atingidos na cabeça por 11 disparos.
A polícia ainda não sabe quantas pessoas participaram da ação e nem o motivo do crime.
Segundo o delegado Carlos Creppe Júnior, do 8º Distrito Policial de Guarulhos, há duas hipóteses: briga entre bandidos ou "queima de arquivo".
M.L., 36, mulher de Adenilson Oliveira, um dos mortos, afirmou à Folha que ele "passou o sábado com os amigos, bebendo". Ela disse que Oliveira estava desempregado há mais de um ano e "vivia de bicos".
A polícia suspeita que um quinto crime na favela Nova Cumbica, ocorrido na mesma noite, possa ter sido cometido pelas mesmas pessoas.
Francisco de Freitas foi morto com três tiros na cabeça a cerca de 50 metros do lugar do primeiro crime e pouco antes das 22h.
Freitas era dono de um bar na favela. Segundo o relato de Celeci Feitosa da Silva, 31, mulher de Freitas, ele estava jogando bilhar quando dois homens entraram no bar atirando.
"Foi o que me contaram. Eu estava lavando roupa quando ouvi os tiros. Corri para a rua mas não deu tempo de ver quem foram os assassinos do meu marido", afirmou.
A Folha conversou com pessoas que moram ao lado do local da chacina. Elas não quiseram se identificar, mas contaram que, além dos quator mortos, uma quinta pessoa teria sido alvo dos disparos, mas conseguiu escapar.

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