São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995![]() |
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Cartão do Bradesco tem calote recorde
LUIZ ANTONIO CINTRA
"A inadimplência dobrou depois da entrada do Real e desde o fim do Plano Cruzado não é tão alta", diz Armando Fernandes Filho, vice-presidente do banco. Até julho de 94, a Bradesco-Visa convivia com uma parcela de atrasos no pagamento em torno de 0,6% do faturamento. No mês passado, a inadimplência chegou a 1,44% dos US$ 380 milhões que a administradora faturou. Fernandes Filho atribui a alta taxa de atrasos à impossibilidade de se financiar o pagamento do cartão em três vezes, instituída pelo Banco Central para conter o consumo. "O consumidor gastou mais no fim do ano passado e, agora, o governo não dá chance para que as pessoas possam parcelar suas contas, por isso ocorre o atraso", diz. Para ele, a inadimplência não preocupa as administradoras. Os atrasos são compensados pelos juros cobrados. E não assusta também porque o faturamento da Bradesco-Visa no primeiro trimestre deste ano -US$ 1,15 bilhão- já está próximo de todo o volume faturado em 94, que foi de US$ 2 bilhões. Uma estratégia usada pelas empresas de cartão de crédito para controlar o nível de inadimplência é buscar associados com maior nível de rendimento mensal. É o caso da American Express que exige renda mínima de 20 salários mínimos, enquanto a maioria das administradoras do mercado nacional exige um mínimo de cerca de 5 salários mínimos. "Quando a inadimplência aumenta no mercado de cartões o impacto sobre o faturamento da American Express é menor", diz Gil Moro, diretor de Marketing da administradora. Por isso, a American Express criou também o cartão Sollo, voltado para pessoas com renda em torno de cinco salários mínimos. "O cartão Sollo tem uma inadimplência histórica em torno de 2% -nível que se mantém atualmente-, enquanto que na American Express a inadimplência gira em torno de 1,5%", diz. Moro não quis informar quanto a administradora fatura com seus cartões. A maior taxa de inadimplência da história da empresa no país foi na "ressaca" do Plano Cruzado, no início de 87. Nessa época, o atraso nos pagamentos chegou a 2,7% do faturamento. Texto Anterior: Mercado argentino atrai empresas Próximo Texto: Dívidas são generalizadas Índice |
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