São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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Ação tenta barrar plano de saúde de Maluf

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo entrou ontem na Justiça contra o decreto do prefeito Paulo Maluf que instituiu o PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
Na prática, o PAS passa a cooperativas o controle de parte da rede municipal de saúde. Os médicos da cooperativa deixam de receber salários da prefeitura, que repassa à cooperativa R$ 10,00 por paciente cadastrado.
Quanto mais pacientes cadastrados, mais a cooperativa recebe. Só têm direito de utilizar os postos de saúde e hospitais do PAS os contribuintes que apresentarem uma carteirinha. Ainda não há nenhuma cooperativa funcionando.
O sindicato quer que a Justiça suspenda a validade do decreto e obrigue a devolução aos cofres da prefeitura de qualquer quantia eventualmente gasta em função do PAS.
Na ação popular, o advogado Arnaldo Galvão pede que o juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública conceda uma liminar contra o decreto.
Liminar é uma decisão provisória do juiz enquanto ele não toma uma decisão em definitivo sobre a ação propriamente dita. Até as 19h de ontem, a liminar não havia sido concedida.
Algumas irregularidades, de acordo com Galvão, são: 1) desrespeito à norma constitucional que permite a participação da iniciativa privada no sistema de saúde só em caráter complementar; 2) falta de autorização do Conselho Nacional de Saúde para o funcionamento das cooperativas; 3) falta de aprovação da Câmara para o PAS; 4) falta de concorrência para escolher as cooperativas.
Galvão disse que, como a ação trata de matéria constitucional, a decisão final sobre o PAS caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Prefeitura
O secretário municipal da Saúde, Getúlio Hanashiro, informou por intermédio de sua assessoria que só vai se manifestar sobre o assunto quando for comunicado oficialmente pela Justiça da existência da ação.

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