São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995 |
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Índice no México cai 59%
FLAVIO CASTELLOTTI
Em 92, por 23 vezes houve excesso de monóxido de carbono no ar, segundo os parâmetros do Imeca (Índice Metropolitano da Qualidade do Ar). Em 93 e 94, o limite não foi ultrapassado nenhuma vez. Os dados são da Secretaria de Meio Ambiente da capital mexicana. A diminuição se deu de maneira gradual nos últimos anos: de 12,8 ppm (partes por milhão) em 91, para 9,2 ppm em 92, 5,7 ppm em 93 e 5,3 ppm no ano passado. "É resultado das medidas que a secretaria implementa desde 89", disse Sérgio Sanchéz, diretor de projetos do órgão. Entre elas, destaca-se o programa "Hoje não circula", adotado em 89 para reduzir o tráfego de veículos na cidade. Pelo programa, a cada dia útil, 20% dos carros são impedidos de circular. Na segunda-feira, não circulam os carros com placa de final um e dois, na terça, os de final três e quatro e assim por diante. "É impossível medir seu resultado isoladamente", diz Sanchéz, pois ele foi adotado junto com outras medidas. De qualquer forma, ele o avalia como muito positivo. Muitos especialistas criticam o "Hoje não circula", alegando que várias famílias compraram outro carro para "driblar" a medida. A compra de carros na cidade é crescente nos últimos anos. Porém, a curva é ascendente desde 87, quando o país retomou taxas positivas de crescimento. Pesquisa do Ministério dos Transportes aponta a situação financeira como principal fator na decisão de comprar outro carro. Sanchéz avalia que a maioria dos mexicanos não pode se dar ao luxo de comprar um carro só para "driblar" o programa. "Cerca de 15% do aumento nas vendas de carros pode ter sido causado pelo programa, mas não mais", opina. Para Sanchéz, o crescimento nas vendas "não é de todo ruim", pois aceleraria a renovação da frota. A capital possui cerca de 3 milhões de veículos em circulação. No México, todos os carros produzidos a partir de 91 são obrigados a ter o conversor catalítico, que reduz a emissão de poluentes. Estudo do Instituto Mexicano do Petróleo com a Universidade de Denver revelou que os carros mais antigos (25% do total em circulação) respondem por 47% da emissão de CO. Dados das montadoras mostram que um carro sem conversor emite quase dez vezes mais CO que o modelo com a peça. Texto Anterior: Saúde é apontada como principal problema Próximo Texto: Covas discute com professoras e é vaiado Índice |
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