São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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Greve suspende o turismo em dunas

PAULO FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NATAL

Uma greve de 279 bugueiros está impedindo os passeios de turistas nas dunas de Genipabu (RN). Os bugueiros são motoristas profissionais credenciados pelo Estado para fazer os passeios de buggy pelas dunas.
No feriado prolongado de Páscoa, cerca de 5.000 turistas de várias partes do país não conseguiram visitar Genipabu, uma das principais atrações turísticas do Rio Grande do Norte.
Os bugueiros pararam em protesto contra cobrança de uma taxa de R$ 5,00 pelos quatro proprietários das áreas de dunas. Na última quinta-feira, as áreas foram cercadas com arame farpado.
As dunas de Genipabu ocupam uma área de 26 quilômetros quadrados (do tamanho da ilha de Fernando de Noronha) e sempre foram abertas aos turistas.
Eles só pagavam os passeios para os bugueiros, que prestam serviços às agências de viagem.
Os proprietários das dunas alegam que só os bugueiros e as agências ganham com os passeios e criaram uma empresa, a Parque Turístico Ecológico das Dunas de Genipabu, para explorar a visitação. "O que queremos agora é uma área de turismo organizada, oferecendo segurança para os turistas, mas também preservando as dunas", disse Euclides Gomes, 50, um dos donos da empresa.
Segundo ele, as dunas não estão fechadas para os turistas. "São os bugueiros que não querem entrar", afirmou.
Gilberto Câmara, bugueiro há cinco anos, disse que a categoria é contra a cobrança da taxa. Os bugueiros reivindicam que as dunas sejam gerenciadas por um órgão estadual ou federal.
Segundo Câmara, 60% dos turistas que visitam as dunas chegam por meio de agências turísticas que pagam R$ 4,00 por pessoa para um passeio de 30 minutos pelas dunas fixas (as que não sofrem ação dos ventos porque são cobertas com vegetação).
As agências cobram em média R$ 20,00 dos turistas pelo passeio. O presidente da Abav-RN (Associação Brasileira das Agências de Viagem), Itamar Azevedo, 40, disse que as agências concordam com a cobrança da taxa.
"As agências só pedem um prazo até 1.º de maio para acertar com as operadoras, que vendem os pacotes turísticos, a inclusão desta taxa".

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