São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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Cinemateca mostra "mulheres fatais"

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinemateca mostra "mulheres fatais"
Ciclo: Meninas Malvadas, Mulheres Perigosas
Quando: de hoje a 6 maio, em três sessões diárias
Onde: Sala Cinemateca (r. Fradique Coutinho, 361, Pinheiros, tel. 011/881-6542

Se alguém ainda não acredita que o diabo é mulher, basta assistir ao ciclo "Meninas Malvadas, Mulheres Perigosas", que começa hoje na Sala Cinemateca, para eliminar qualquer dúvida.
A mostra foi a maneira concebida pela distribuidora Pandora Filmes e pela Cinemateca para preparar o espírito do público para a reprise, em cópia nova, do clássico "Lolita" (1962), de Stanley Kubrick, que terá pré-estréia em 7 de maio.
Até lá, a tela da Sala Cinemateca será invadida por garotas e mulheres tão enlouquecedoras quanto a ninfeta do romance de Vladimir Nabokov que originou o filme de Kubrick.
Estarão presentes da Catherine Deneuve de "A Bela da Tarde" (Luís Buñuel, 1967), finíssima dama francesa que passa suas tardes num bordel, à Ornella Muti de "Crônica do Amor Louco" (Marco Ferreri, 1982), maluquete ligeiramente masoquista que gosta de se enfeitar com alfinetes na bochecha e na vagina.
Há garotas perdidas (Beatrice Dale em "Betty Blue"), quarentonas impudicas (Angie Dickinson em "Vestida para Matar"), jocastas assassinas (Kathleen Turner em "Mamãe É de Morte") e até uma beldade literalmente com o diabo no corpo (Isabelle Adjani em "Possessão").
É claro que a qualidade dos filmes varia muito: da genialidade absoluta de Buñuel (que tem também "Esse Obscuro Objeto do Desejo" no ciclo) à picaretagem enfeitadinha de Jean Jacques Beineix (de "Betty Blue"), tem um pouco de tudo.
Não há, a rigor, nenhuma novidade ou raridade no ciclo. A maioria dos títulos costuma ocupar sessões de cineclubes mais ou menos frequentáveis.
Entre os menos manjados há "Gilda" (no cinema, pois a TV vive reprisando), que fez de Rita Hayworth um ícone, e os mais recentes "Traídos pelo Desejo" (Neil Jordan, 1993) e "Mundo Proibido" (Ralph Bakshi, 1992).
Como possível curiosidade, há o obscuro "Boulevard do Rum" (Robert Enrico, 1971), que tem como credencial o nome de Brigitte Bardot no elenco.

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