São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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População colabora nas produções locais

DA FOLHA NORDESTE

O empresário e responsável pela TV Educadora de Batatais, Carlos Henrique Cândido Alves, 47, diz que o caminho para a televisão brasileira é a regionalização.
Na sua opinião, a viabilização de projetos mais diversificados só será permitido na TV regional quando ela tiver o poder de ser explorada comercialmente, uma idéia que ainda está em negociação (leia texto nesta página).
Enquanto não entra mais dinheiro, Alves trabalha até como motorista, se for preciso, em sua TV.
Ele também é supervisor técnico e sobe na torre de transmissão quando ocorre algum problema.
O empresário fuma muito, mas se preocupa em manter a voz grave para comandar um programa de antigos sucessos em sua rádio.
Após um programa, Alves conversou com a Folha. A seguir os principais trechos da entrevista.

Folha - Como a TV consegue produzir filmes com um faturamento mensal de R$ 5.000?
Carlos Henrique Cândido Alves - A TV não dá lucro. O dinheiro gerado por ela vai para a folha de pagamento. Fora isso, usamos muito o equipamento da rádio. A participação e o apoio da comunidade também é grande.
Folha - Não há ajuda de custo da prefeitura ou de outro órgão?
Alves - Não. A TV é um idealismo meu. Ela funciona fora do circuito. Todos os problemas são resolvidos aqui mesmo. Por isso, temos condições de sobreviver.
Folha - A TV Educadora vai continuar a produzir filmes?
Alves - Vamos continuar porque deu certo. Por exemplo, certa cena do filme "O Mandioqueiro" se passa em frente a um supermercado. O dono da loja serviu lanches e refrigerantes ao elenco durante todos os dias de filmagens. Todo mundo colabora e gosta de ver o resultado na tela. Isso é o resultado de um produção comunitária.
Folha - Há projetos de ampliação da TV e contratação de novos funcionários?
Alves - Isso ainda não é possível porque não podemos explorar comercialmente as TVs comunitárias, mas é necessário. A regionalização é uma tendência que tem que acontecer no país e saber explorá-la comercialmente é uma questão de sobrevivência. (RO)

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