São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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PIB mostra crescimento de 9,1% no 1º trimestre

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar da queda da atividade industrial no Brasil em fevereiro (0,7% em comparação a janeiro e 2% em relação a dezembro de 1994), o PIB (Produto Interno Bruto, tudo o que se produz no país) do primeiro trimestre deste ano deverá apresentar um crescimento de 9,1% em relação aos três primeiros meses de 94.
Os números são da Pesquisa Industrial Mensal e do Departamento de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados ontem.
Se o ritmo da economia do primeiro trimestre for mantido durante o ano, o IBGE calcula que o PIB, que atingiu US$ 531 bilhões em 94, crescerá 6,7% este ano.
Seria o maior salto desde 1986 (Plano Cruzado), quando chegou a 7,5%. No ano passado, foi de 5,7% em relação a 93.
Os técnicos do IBGE avaliam que o ritmo da indústria continua alto, apesar da desaceleração em relação ao final de 94, e que o governo deve adotar medidas para evitar a volta da inflação. Em relação a fevereiro de 94, o salto da indústria foi de 17%.
As medidas governamentais de contenção do consumo, como altas taxas de juros e corte dos gastos públicos, devem, segundo o IBGE, empurrar para baixo a produção nacional, impedindo o crescimento de 6,7% no PIB.
"A tendência é que o governo impeça o crescimento de 6,7% do PIB, muito alto para a política antiinflacionária", disse Sílvio Sales, técnico do Departamento de Indústria do IBGE.
A indústria cresceu 17% em fevereiro, em comparação ao mesmo mês de 94. Dos 62 segmentos pesquisados, apenas oito apresentaram queda na comparação, como extração de carvão mineral (-20,7%) e industrialização do café (-13,1%).
Os saltos maiores foram de fabricação de motocicletas até 125 cilindradas (129,2%), bicicletas (97,4%), tratores e máquinas rodoviárias (81,1%), destilação de álcool (75,5%), conservas de frutas e legumes (62,3%) e indústria ferroviária (56%).
O desempenho negativo de fevereiro frente a janeiro (-0,7%) atingiu os bens intermediários (-2,2%) e de consumo semiduráveis e não-duráveis (-0,5%).
Os bens de consumo duráveis tiveram a maior taxa de crescimento (9,2%). Os de capital tiveram um acréscimo de 0,6%.

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