São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Rijkaard é personagem da final européia

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, tudo indica que teremos novamente uma bela final (a de 94, entre Milan e Barcelona, foi inesquecível) entre Milan e Ajax, na final da Copa dos Campeões de 95.
Em Amsterdã, onde o futebol holandês, com ajuda da Nigéria, vem renascendo, o Ajax enfiou acachapantes cinco gols no Bayern de Munique.

Se costuma dizer que o diferencial dos times italianos está justamente nos jogadores nativos -que na média são superiores aos de outras nacionalidades européias- e não nos importados.
Mas, ontem, em casa, Savicevic e Desailly desequilibraram a favor do Milan, enquanto Weah e Gomes estiveram muito mal No Paris Saint-Germain. Ganharam os estrangeiros da Itália.

Rijkaard teve uma excelente folha de serviços prestados ao Milan. Este ano, não perdeu nenhum jogo pelo Ajax. É o personagem da final da Copa.

No ano passado, o Barcelona era a sensação e o Milan era um time retranqueiro. Ganhou o último, dando aula de futebol.
Este ano, o Ajax está ganhando todos os jogos que disputa. Desta vez, para que lado tenderá o pêndulo histórico entre o futebol de resultados e o futebol arte?

Engraçado: Savicevic, o carrasco do Paris Saint-Germain, com a sua canhotinha, lembra, sabe quem?
O Platini (Platinix, O Gol-les, como se dizia nos seu bons tempos), justamente o maior jogador da história da França e que estava ontem na escala de Milão, outrora dominada pelos franceses.

Pela Copa da Uefa, o Eixo desmontou-se em favor das tropas italianas. Dois times italianos despacharam dois times germânicos e fazem uma final doméstica, entre a Juve e o Parma.
A temporada européia ensaiou algumas mudanças: muitas contratações na Espanha e na Inglaterra e crescimento do futebol em Portugal.
Mas quem se sai bem, mais uma vez, é a Itália, com três finalistas nas principais disputas do Velho Continente.

Sequei, como se diz por aí, o Palmeiras na última terça. Disse que ele era o time com mais credenciais para as finais.
E o Palmeiras foi eliminado, em casa, ao empatar, com dez jogadores, com o Grêmio, com apenas oito em campo.
Acontece. O Palmeiras não tinha Edmundo e a defesa estava fora da ordem. Mas isto não muda o cenário: o Palmeiras é, até agora, o mais sério candidato ao Paulista e à Libertadores.
Como até os economistas e os metereologistas, que supostamente trabalham com umas matérias mais previsíveis do que o futebol, erram nas previsões, estou preparado para as belas surpresas do fut.

E "todo animal precisa de carinho", como canta o boleiro-roqueiro Edmundo no comercial da "Placar", criado pela turma corintiana da W/Brasil.

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