São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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País tem tradição como produtor de tapetes

RENATO MAGALHÃES GOUVÊA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A produção de tapetes na Turquia é muito antiga. Durante os séculos 16 e 17, pintores famosos incluíram tapetes turcos nos seus quadros.
Os tapetes turcos têm algumas marcas próprias: usam sempre o nó turco e os fios da trama (passados no sentido transversal do tear) e da urdidura (dispostos no sentido do comprimento do tear). Até o final do século 19, eram feitos em lã ou pêlo de cabra. Após essa época, o algodão começou a ser usado.
A Turquia é hoje um grande produtor e exportador de tapetes graças ao empenho do governo em incentivar a produção caseira.
A maioria dos tapetes produzidos pela população rural tem pequeno formato, porque é tecida por crianças e mulheres em casa ou em pequenas oficinas, com teares primitivos.
Os tapetes turcos antigos raramente mostram figuras animais ou humanas nos seus desenhos. E nem apresentam a cor verde, que é sagrada na religião muçulmana.
Existem muitas cidades turcas produtoras de tapetes. Os antigos mais conhecidos no Brasil são:
Anatólia - É um sinônimo usado para designar a parte do país que fica na Ásia Menor (região central da Turquia).
O termo é usado hoje para tapetes de nítida origem turca, porém sem atribuir nenhuma cidade produtora específica.
Ghiordes - Essa cidade que deu o nome ao nó turco produziu os mais belos tapetes de oração. Tais tapetes figuram entre os preferidos de todos os tapetes orientais.
Hereké - A única semelhança dos tapetes dessa cidade com os demais turcos é o seu nó característico usado, já que os artesãos eram importados de Kirman, na Pérsia (atual Irã).
Em Hereké foram produzidos os tapetes mais finos, confeccionados em seda e usando fios de ouro e prata. Produzidos em teares reais, os antigos Herekés são de altíssima qualidade e de grande valor comercial.
Ao contrário dos tapetes persas, os tapetes turcos usam quase sempre desenhos geométricos e cores vivas.
Na maioria das vezes têm formato de tapetes de oração, possuindo "mihrabs", uma espécie de nicho que deve ser direcionado na hora da reza para Meca (cidade sagrada islâmica na Arábia Saudita), porém de desenhos distintos, o que facilita sua identificação.
Como a Turquia não produziu grande quantidade de tapetes como a Pérsia, os tapetes turcos antigos de boa qualidade e em bom estado de conservação são raros e tendem a ser mais caros.
Outros tapetes turcos antigos menos encontrados no Brasil são os provenientes das cidades ou regiões de Melas, Ladik, Esmirna, Oushak, Sparta, Bergama, Kulah, Sivas, Yuruk, Konya, Makri, Mudjur e Kaiseri.
Entre a produção recente, que tem sido importada para o Brasil, figuram tapetes como Yagcibidir, Kars, Hereké, Ghiordes, Sivas, Konya, Esmirna, Kaiseri etc.
Entre os tapetes produzidos na Turquia, o recordista de produção e de venda é o kilim, devido ao seu baixo preço e grande efeito decorativo.
O nome kilim designa um tipo de tapete tecido em trama, como tapeçaria, sem nós formando felpas. Ele pode ser encontrado em todo o Oriente Médio.
Quando se faz comparação de preços, é preciso distinguir prioritariamente se o tapete é um exemplar antigo ou novo. Os preços variam na proporção de um para dez.
Comprar um tapete antigo é sempre um investimento seguro. Para se ter segurança quanto a uma boa escolha, é preciso confiar no comerciante que está oferecendo a mercadoria.

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