São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Superliga de vôlei engatinha no Brasil

CARLOS ROBERTO OSÓRIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O maior e mais bem elaborado projeto de marketing esportivo do planeta consumiu quase trinta anos de trabalho árduo para alcançar seu aproveitamento total.
Criada na temporada 46/47, a NBA (a liga profissional de basquete norte-americana) ultrapassa as fronteiras dos EUA na década de 80, quando o Los Angeles Lakers teve juntos nas quadras dois gênios -Kareen Abdul Jabbar e Magic Jonhson.
Perto disso, a Superliga de vôlei está engatinhando. No Brasil, partimos do nada, tendo que enfrentar três grandes obstáculos: falta de estrutura dos ginásios, controle total das propriedades comerciais do evento e necessidade de reformulação do relacionamento com as TVs.
Estamos no começo, mas no caminho certo. Experimentando os primeiros movimentos de uma estratégia de profissionalização do vôlei, que pretende se solidificar em 97. Aí sim, estaremos rumo à NBA.
O retorno dos 'estrangeiros' ao Brasil, graças ao apoio do Banco do Brasil, não chegou a lotar todos os ginásios, nos 157 jogos (do masculino) da competição, que dura cinco meses.
Mas é justamente a presença do público que mostra o maior crescimento: 63% em relação à temporada anterior.
Nas semifinais, a média de público por jogo foi de 2.000 pessoas e na final, 2.473. Mas, ainda no returno, foi estabelecido o recorde de público: 5.611 pagantes assistiram Cocamar x União Suzano.
No feminino, verificamos a mesma tendência de crescimento de público.
Na TV, a grande conquista foi o horário fixo. O telespectador aficionado pelo vôlei reservou o horário de 20h30, das sextas, e as tardes de sábado, para ver seus ídolos em ação.
A média de audiência na primeira fase repetiu os índices médios de todo o campeonato anterior, dois pontos.
Queremos mais, naturalmente. E para chegarmos ao ideal, buscaremos uma maior integração com as TVs, e a participação em conjunto na divulgação e promoção do evento.
Mas, já nas semifinais, o jogo Telesp x Suzano, transmitido ao vivo pela Bandeirantes, alcançou o pique de oito pontos, enquanto os jogos finais bateram dez pontos, quase o dobro da média da emissora neste horário.
Para os fãs do vôlei, esta temporada significou mais emoção nas telinhas. Foram transmitidos 72 jogos, contra 56 do ano passado, o que representa um universo maior de espectadores. (Não contamos aí as transmissões das TVs a cabo).
São todos estes números que satisfazem a expectativa dos patrocinadores. Os investimentos diretos, que não incluem os gastos com os clubes, no ano passado eram de US$ 200 mil e pularam para US$ 1,7 milhão.

Texto Anterior: Titulares enfrentam São Paulo
Próximo Texto: Família pode fazer Viola ficar no Brasil
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.