São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 1995
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Radicais condenam atentado nos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quatro grupos radicais do Oriente Médio juntaram-se ontem aos que condenaram o atentado de Oklahoma City. Por combaterem Israel, que é aliado de Washington, essas organizações são tidas como inimigas dos EUA.
"Rejeitamos esse tipo de ação. O campo de atuação do movimento islâmico é dentro da Palestina, contra as forças de ocupação israelenses. Não há hostilidade entre nós e o povo americano ou qualquer outro povo", disse em Gaza Saiied Abu Musameh, do Hamas (sigla de Movimento de Resistência Islâmica).
Um porta-voz do grupo radical Jihad Islâmica (Guerra Santa) disse que sua organização "condena energicamente" o atentado de anteontem. "A Jihad não teve nada a ver com esse ataque, nós só combatemos a ocupação israelense".
Tanto o Hamas como a Jihad são responsáveis por vários atentados recentes em Israel, que deixaram dezenas de mortos.
Em Beirute (Líbano), o xeque (patriarca muçulmano) Naim Kasem, vice-líder de um grupo extremista pró-Irã, disse que sua organização "não teve nenhuma relação com o atentado": "Ainda que sejamos contra a política dos EUA no Oriente Médio, não nos cabe combatê-la por esses meios".
No Cairo (Egito), Ma'Mun Hodeibi, porta-voz da Irmandade Muçulmana, condenou a explosão como "um odioso atentado contra pessoas inocentes. A Irmandade é um dos grupos radicais acusados por atentados no Egito.
Os governos de países que têm enfrentado o terrorismo também se manifestaram contra o atentado e ofereceram sua solidariedade aos EUA, entre eles Israel, Egito, Líbano, Índia, Filipinas, Argentina, Colômbia, Peru e Turquia.
Iasser Arafat, líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), enviou um telegrama de condolências ao presidente norte-americano, Bill Clinton.
Israel se ofereceu para enviar especialistas em segurança aos EUA e defendeu novos esquemas de cooperação contra o terrorismo.
"L'Osservatore Romano", o jornal do Vaticano, deplorou em um editorial que "não haja limites à ferocidade, à loucura homicida, à vontade dos grupos extremistas de perpetrar massacres indiscriminados".
O presidente argentino, Carlos Menem, qualificou esta quarta-feira como "um dia trágico para a humanidade. Ele ordenou que as forças de segurança de seu país adotassem "medidas extremas" de precaução contra atentados.

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