São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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Balança comercial terá superávit, diz FHC

GILBERTO DIMENSTEIN
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O Brasil já está revertendo a tendência negativa em sua balança comercial (exportação e importação), disse ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso, ao comentar o déficit de março que, mais uma vez, esteve acima das expectativas oficiais.
Durante entrevista ontem para a imprensa estrangeira baseada em Washington, Fernando Henrique Cardoso, ao responder pergunta da Folha sobre quando seria revertida a tendência negativa da balança comercial, respondeu: "Imediatamente. Em seguida, brincou, arrancando sorrisos: "Espero.
O déficit de março foi de US$ 935 milhões, gerando saldo negativo na balança comercial, no primeiro trimestre, de US$ 2,3 bilhões.
Esse tipo de suspense é decisivo para a confiança do Brasil no exterior. É justamente por aí que se pode ver até onde a crise tem semelhança com a do México.
O México foi vítima da falta de recursos para saldar seus compromissos, devido, entre outros fatores, à deficiência de sua balança comercial.
Segundo o ministro da Fazenda, Pedro Malan, o número indica uma fase de transição, já que as medidas tomadas não mostraram ainda seus efeitos.
Mas em breve, acrescentou, voltam aos superávits. Não quis precisar exatamente quanto e quando. Mas já no próximo mês se veriam os próximos resultados.
No lotado salão onde são oferecidos almoços-entrevista pela imprensa estrangeira personalidades, Fernando Henrique tentou minimizar esse novo déficit.
Disse que as exportações estão crescendo continuamente, o que mostra, segundo ele, a "vitalidade da economia brasileira.
"Temos obtido recordes em nossas exportações, disse, atribuindo essa evolução ao Plano Real, que, enfatizou, aumentou o poder de compra da população.
Fernando Henrique deixou claro que novas medidas de contenção podem ser tomadas para conter importações, já que manter reservas é uma prioridade.
Defendeu, então, um dos assuntos mais importantes de sua viagens: o aumento dos impostos de importação.
Ele disse que o Brasil não poderia permitir gastar num ano US$ 6 bilhões em "carros de luxo. Acrescentou que 70% das importações são de máquinas e matérias-primas, o que revelaria o lado saudável da balança comercial.
Saudável porque, segundo o presidente, essas importações significariam aumento do investimento e capacidade de produção.
Voltou a dizer o que tem repetido desde o início de sua viagem: as barreiras são temporárias apenas para evitar uma crise cambial.
Afirmou que as leis internacionais de comércio aceitam que um país, em determinado momento de crise, levante barreiras alfandegárias provisórias.

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