São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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Técnico pede seriedade aos juniores amanhã

RICARDO SETYON
ESPECIAL PARA A FOLHA, DO QATAR

O técnico Jairo Leal, do Brasil, pediu aos jogadores que entrem com a "máxima vontade de ganhar" contra o Japão.
A partida acontece amanhã, em Doha, no Qatar, Oriente Médio, válida pelas quartas-de-final do Mundial de juniores.
O time que perder está eliminado. "Qualquer descuido pode ser fatal", afirmou Leal. "Eu pedi a meus atletas muita calma, atenção e força de vontade. Agora todo jogo é uma final".
O meio-campista Zé Elias, que estava suspenso e não enfrentou o Qatar e o zagueiro Fabiano, que se recuperou de contusão, voltam à equipe amanhã.
O meio-campista Murilo, que entrou no segundo tempo do jogo contra o Qatar e participou dos dois gols do Brasil, começa a partida como titular.
Claudinho, que era o titular, perdeu a posição. "É sempre chato ir para a reserva, mas o Murilo atravessa ótima fase e merece uma chance".
O Brasil realizou ontem um treino coletivo no campo da Universidade do Qatar. Depois do treino, o técnico Leal teve uma conversa com os atletas.
"Eu pedi para o time passar mais a bola, não podemos ser individualistas", afirmou.
"Concordo com o que foi dito, mas às vezes a gente se empolga e acaba tentando a jogada sozinho", disse o jogador Gláucio.
Além de Gláucio, Reinaldo, que marcou três gols no jogo de estréia contra a Síria, tem sido alvo das críticas de individualismo.
O médico da delegação, Arthur Jordy, pediu aos brasileiros que descansem o quanto puderem até o jogo de amanhã.
"Devido à diferença de fuso horário e as três partidas da fase de classificação, o time tem que aproveitar o intervalo de um jogo para outro e descansar."
Durante a madrugada de ontem, os jogadores da Holanda, eliminados após a derrota para Portugal, acordaram os brasileiros para trocar camisas.
"Como há muitas seleções no mesmo hotel, a tranquilidade nunca é total", reclamou o médico.
"Mas há um lado saudável que é a possibilidade de eles fazerem um pouco de bagunça."
Alguns jogadores têm reclamado de saudades do Brasil.
Em entrevista à Folha, o meio-campista Denílson falou sobre a distância de casa.
"Não é fácil. Tenho saudades da família, dos amigos e de feijão com arroz."
Ele reclamou da dificuldade de ligar para o Brasil. "O preço da ligação é muito caro."
"Tenho vontade de voltar para o Brasil, mas antes eu quero conquistar o título."

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