São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Moda é o alvo. E sobra para todos

SÉRGIO DÁVILA

O sátiro está de volta. Depois dos ótimos "M.A.S.H." (sobre a guerra do Vietnã), "Nashville" (o country), "Cerimônia de Casamento" (a própria), "O Jogador" (Hollywood) e "Short Cuts" (L.A.), Robert Altman devora a moda em "Prêt-à-Porter". De verdade, todos estes temas servem de pretexto para que o cineasta norte-americano ancião -maconheiro assumido- destile suas idéias: o embate otimismo/pessimismo, o ridículo de seres humanos aglutinados num mesmo objetivo etc. Em "Prêt-à-Porter", que tem tramas entrelaçadas como os outros, o fio condutor são os bastidores dos desfiles de moda em Paris e um suposto crime. Mas é muito mais que moda. Sobra para todos. Para o jornalismo (Tim Robbins e Julia Roberts como dois picaretas da imprensa escrita, e Kim Basinger, uma estúpida repórter de TV). Homossexuais histéricos (Forest Whitaker e Richard E. Grant, maravilhosos). Velhos amores (Sophia Loren e Marcelo Mastroianni, juntos). Tudo é perversamente verossímil. Não há como não se reconhecer aqui e ali na tela. Mas é muito -muito- engraçado. Detalhe interessante: seletas platéias tupiniquins não têm dado muita risada.
Prêt-à-Porter (Idem. EUA, 1994). A estréia estava programada para sexta, 21. Salas e horários a confirmar.

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