São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Lojas repassam aumento nos importados

MARCELO TADEU LIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem adquiriu um importado antes do aumento da alíquota do Imposto de Importação, mas ainda não recebeu o veículo, terá que pagar a diferença no preço final.
"O consumidor será chamado às lojas e, se não aceitar pagar o acréscimo, terá seu dinheiro devolvido. Não temos outra solução", afirma Emílio Julianelli, presidente da associação de importadores, a Abeiva.
Segundo estimativa da Abeiva, o preço dos importados deve subir aproximadamente 30%.
Atualmente os estoques nas revendas são baixos ou, em alguns casos, até inexistentes.
Na Next, revenda Mazda, não há importados à venda desde o começo do mês.
"Vamos receber cerca de cem carros e, desse número, 30 unidades já estão vendidas pelo preço antigo. Vamos ter que renegociar com os compradores", disse o diretor Marcos Manduca.
Na Daitan (Honda), há ainda um estoque de 50 veículos à venda, que já apresentam aumento de preço médio de 25%.
Um Honda Civic EX, o mais vendido da marca, custa na Daitan US$ 49 mil, enquanto o modelo LX subiu para US$ 41 mil.
Até a última semana existiam, segundo a entidade, 38,5 mil carros já encomendados e pagos, que se encontram parados nos portos ou a caminho do Brasil.
"Agora está decidido: vamos ter que nacionalizá-los com a nova alíquota do Imposto de Importação, de 70%", diz Julianelli.
O governo não atendeu o pedido da Abeiva, de cobrar a taxa antiga -de 32%- para os pedidos feitos antes de 30 de março (quando o decreto passou a vigorar).
"Isso trará sérios prejuízos para o nosso setor", afirma Julianelli.
As vendas de veículos importados devem sofrer queda de 50% já a partir de abril, segundo estimativa da Abeiva.
No mês passado, porém, o setor alcançou novo recorde no mercado brasileiro, com 24.400 importados vendidos no atacado, um aumento de 46,14% em relação às 16.696 unidades comercializadas em fevereiro (veja quadro ao lado).
Nos primeiros 15 dias de abril, as vendas despencaram devido ao aumento nos preços e, principalmente, por causa da baixa oferta de veículos à venda nas lojas.

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