São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995
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Covas afasta consultores da Comgás

EMANUEL NERI; CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), deu ordens ontem para que a presidente da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), Yeda Gomes Correia, anule as contratações de dois consultores da empresa.
Os dois consultores são Ronan Castejón do Couto Rosa e Márcio Bueno de Moraes. Ambos tinham sido contratados anteriormente como diretores da Comgás. No função de consultores, elevaram seus salários para R$ 6.500 mensais.
A revelação das contratações foi feita pela Folha na última sexta. No mesmo dia, o governador pediu explicações ao secretário de Energia, David Zylbersztajn, a quem a Comgás está subordinada.
Feitas sem concurso público, as contratações para a função de consultor foram consideradas ilegais por especialistas em direito constitucional e administrativo. Além disso, a Constituição proíbe o acúmulo de dois cargos públicos.
A Folha apurou que as contratações dos dois diretores como consultores contrariou o governador. Elas ocorreram no momento em que Covas enfrenta greves no funcionalismo por melhores salários.
Os professores paulistas estão parados há quase um mês. O piso salarial da categoria por 20 horas-aula semanais é de R$ 141,00.
Com a decisão, Ronan Castejón e Márcio Bueno voltam a ser só diretores da Comgás. Com isso, terão seus salários reduzidos de R$ 6.500 para RS 4.000 mensais.
A Folha apurou que o governador poderá voltar a enfrentar problemas na mesma área. Funcionários de estatais do setor de energia demitidos no início de seu governo estão sendo agora readmitidos. Em alguns casos, os novos salários são maiores do que os de antes.
(Emanuel Neri e Carlos Magno De Nardi)

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