São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Presos dominam 2 penitenciárias no interior de SP

ULISSES DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Duas rebeliões foram iniciadas ontem, quase no no mesmo horário, nas penitenciárias de Assis e de Presidente Venceslau, na região oeste do Estado de São Paulo.
Em Assis (460 km a oeste de São Paulo), os 543 presos do presídio do município tomaram, às 13h15, três agentes como reféns. Eles pedem a revisão das penas.
Em Presidente Venceslau (635 km a oeste de São Paulo), 300 detentos de dois pavilhões se recusaram, às 13h, a retornar às celas. O presídio abriga 600 detentos.
Os rebelados de Presidente Venceslau exigiam a presença do diretor da penitenciária, Carlos Augusto Panucci, que estava em São Paulo, e de um juiz-corregedor de presídios.
O juiz-corregedor Antônio José Machado Dias, de Presidente Prudente, aguardava a chegada de Panucci, com quem deveria seguir até o presídio, à noite.
Em Presidente Venceslau, a PM apenas acompanha as negociações. José do Nascimento, diretor-substituto da Penitenciária, disse que o líder da rebelião é um preso que foi transferido há 30 dias.
Ele teria participado de uma das últimas rebeliões ocorridas no Estado de São Paulo. O nome do preso não foi divulgado.
Reféns
A situação mais grave era a de Assis, que estava cercado por cem soldados da Polícia Militar desde as 15h. Segundo um funcionário, duas mulheres e um homem estavam sendo mantidos como reféns. Não havia informações de feridos.
Por volta da 20h30 um soldado da PM, encarregado do setor de comunicação do Batalhão de Assis, confirmou a morte de um preso, Carlos Soriano Júnior.
A Folha apurou que Carlos teria sido um dos presos transferidos para a penitenciária de Assis após uma rebelião ocorrida no presídio de Hortolândia.
Segundo o soldado da PM, antes do motim houve uma briga entre os presos quando teria ocorrido a morte de um deles.
Até as 21h, os reféns não haviam sido libertados, embora o juiz-corregedor Oswaldo Pestana tivesse concordado em providenciar a transferência de 14 detentos pedida pelos rebelados.

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