São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995
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Internet ajuda na prevenção de doenças

AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

Uma rede de informações sobre saúde pública através da Internet já está permitindo o mapeamento e a prevenção de doenças em quase todos os continentes. A rede vai possibilitar também socorro internacional no caso de grandes epidemias e catástrofes.
A Internet Saúde -da qual o Brasil já faz parte- foi testada durante a epidemia de cólera ocorrida na Índia em 1993 e no terremoto que destruiu Kobe, no Japão. A Rede Global de Saúde, como o programa é chamado, é coordenada por representantes do Mundo Mundial, da Organização Mundial da Saúde, por empresas e universidades americanas e pela Nasa, a agência espacial dos EUA.
"A rede vai salvar milhões de pessoas no mundo todo", disse Ronald LaPorte, da Universidade de Pittsburgh e coordenador do projeto. LaPorte falou ontem sobre o "monitoramento de doenças no século 21", dentro do 3º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que acontece em Salvador.
Uma das possibilidades desse casamento entre informática e saúde será o rastreamento das doenças crônicas que aumentam em todo o mundo. "Nem nós, nos EUA, sabemos quantas pessoas estão sendo hospitalizadas ou morrendo por doenças coronárias ou por câncer. A rede vai permitir esse mapeamento e uma atuação rápida dos serviços públicos", afirmou.
Segundo LaPorte, informações básicas transmitidas via Internet ajudarão a reduzir a mortalidade infantil e a diminuir o número de vítimas fatais de doenças infecciosas, aumentando a expectativa de vida das pessoas. Ele estima que, em 30 ou 40 anos, o brasileiro estará vivendo em média dez anos mais, com a expectativa de vida passando de 64 a 74 (nos EUA, ela é de 76 anos).
Segundo LaPorte, a Rede Global de Saúde já está atuando em várias frentes. A primeira é o monitoramento das doenças, permitindo respostas mais rápidas. A segunda é uma corrente de informações básicas sobre saúde, que são passadas para formadores de opinião e para a mídia.
"A transferência de informações deve melhorar um milhão de vezes", disse LaPorte.
O terceiro objetivo é a criação de uma megauniversidade ou universidade global da saúde. Cerca de 60 professores de 15 países -dois deles do Brasil- já trocam informações através dessa rede. Outro item é a conexão dessa rede com as organizações não-governamentais ligadas à saúde.

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