São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Rafael Rabello morre no Rio aos 32 anos

SILVIA NORONHA

SILVIA NORONHA ; LUIZ ANTÔNIO RYFF
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O violonista Rafael Rabello morreu ontem no Rio aos 32 anos de idade. Segundo laudo médico, a morte foi causada por uma "arritmia (perturbação do ritmo) cardíaca seguida de parada respiratória aguda".
A família informou que Rabello vinha sendo tratado desde o fim-de-semana de um problema respiratório que tinha desde criança. Ele morreu às 10h22 na Clínica Geriátrica Barra da Tijuca (zona sul do Rio).
O enterro será hoje às 10h no Cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul). O corpo foi velado ontem à noite no Museu da Imagem e do Som (centro).
Rabello era casado e tinha dois filhos. A mulher dele, Ana, soube de sua morte em Los Angeles (EUA), onde esperava o violonista, que iria se apresentar com o saxofonista Paulo Moura.
João Bosco Rabello, irmão do músico, negou que Rafael estivesse com Aids. Segundo ele, o violonista tinha apnéia (suspensão da respiração). O problema teria se agravado nos últimos meses.
"A família convenceu Rafael a fazer tratamento para desintoxicar o corpo: controlar o cigarro e o álcool", disse Bosco.
Na quinta passada, o músico foi internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, com crise renal, segundo a família. Dois dias depois, foi transferido para a clínica geriátrica para tratar da apnéia.
Apontado como um dos melhores violonistas brasileiros de todos os tempos, Rafael Baptista Rabello não foi precoce apenas em sua morte. Aos 16 anos já formava com o maestro Radamés Gnatalli o grupo Camerata Carioca.
Rabello iniciou os estudos de violão aos 7 anos. Começou no clássico e em pouco tempo passou para o popular, dedicando-se especialmente ao choro. Aos 13 anos trocou o violão de seis cordas pelo de sete.
Pelas mãos de Oscar Castro-Neves, virou músico de estúdio em 79. Gravou cerca de 400 discos com astros da MPB como Chico Buarque e Paulinho da Viola.
Em 89, realizou o disco "Todos os Tons", com músicas de Tom Jobim, que afirmava: "O Rafael é o maior violonista do Brasil".

Colaborou LUIZ ANTÔNIO RYFF, da Reportagem Local

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