São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Equipe cria financiamento à exportação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O CMN (Conselho Monetário Nacional) permitiu ontem o pagamento antecipado das exportações por instituições financeiras. A medida cria mais uma fonte de financiamento às exportações.
Antes desta medida, o pagamento antecipado das exportações só podia ser feito pelo próprio importador. Agora, os bancos poderão buscar recursos em outras fontes para antecipar o pagamento ao exportador.
O presidente do BC (Banco Central), Pérsio Arida, disse ontem ao anunciar a medida que "esta é mais uma facilidade para as exportações".
É mais um esforço que o governo faz na tentativa de equilibrar a balança comercial, que desde novembro último vem acumulando sucessivos déficits (importações maiores do que exportações).
FGTS
O governo também autorizou a CEF (Caixa Econômica Federal) a liberar repasses do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para projetos habitacionais e de saneamento básico de Estados e municípios.
Desde 1991, todas as operações de financiamento com recursos do FGTS estão suspensas. Isto aconteceu porque, naquela época, houve excesso de contratações que comprometeram durante três anos a arrecadação do FGTS.
Ou seja, os recursos liberados neste período a partir de 1991 só foram suficientes para atender parcelas de financiamento já contratadas.
Ontem, o CMN autorizou a liberação de R$ 500 milhões para o exercício de 1995 e R$ 530 milhões para 1996, para Estados e municípios. Esta decisão deve ser referendada pelo Conselho Curador do FGTS.
Outra decisão do CMN foi ampliar o limite da dívida que os bancos podem ter em dólar (posição vendida, que varia de acordo com o capital da instituição).
Em março, este teto de dívida em dólar foi reduzido, o que resultou em maior procura pela moeda e, em consequência, elevação da cotação.
Ao ter seu potencial de dívida em dólar reduzido, a instituição financeira precisa obter a moeda junto ao mercado, pois, na prática, suas reservas em dólar também diminuem.
Ao ampliar o teto de dívida em dólar, o governo pretende agora reduzir a demanda pela moeda.
Os bancos de desenvolvimento não estão mais proibidos de financiar empreendimentos de multinacionais no Brasil. O objetivo desta medida é atrair novos empreendimentos das empresas estrangeiras.
Cortes no BC
O Banco Central também cortará 15% de seus gastos neste ano. O presidente do BC, Pérsio Arida, disse que a instituição tomou a iniciativa de aderir à imposição do governo feita aos demais bancos federais.
O CMN alterou o nome do Fundo para Promoção do Uso Adequado do Cheque (Funcheque) para Reserva para Promoção da Estabilidade da Moeda e do Uso do Cheque (Recheque).

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